Presente em celebrações, lembranças afetivas e momentos de puro prazer, o chocolate é, sem dúvida, um dos alimentos mais queridos do mundo. Mas por trás de cada pedaço está uma fruta milenar, cheia de histórias, propriedades curiosas e um papel essencial na cultura de diversos povos: o cacau.

Consumido há mais de 9.400 anos, ele ultrapassa o status de ingrediente. No Brasil, sexto maior produtor mundial, o cacau carrega significados que vão da espiritualidade à medicina natural. Para os yanomamis, por exemplo, ele é visto como um "alimento dos deuses".

Além de simbólico, o cacau também é funcional: tem ação probiótica e propriedades afrodisíacas, o que só reforça o porquê de ser tão valorizado em diferentes épocas e civilizações.

1. Chocolate pode ser afrodisíaco — e a ciência explica

O poder de sedução do chocolate vai além do paladar. Isso porque o cacau estimula a produção de óxido nítrico, uma substância que dilata os vasos sanguíneos e facilita o fluxo de nutrientes para regiões erógenas, como os órgãos sexuais.

Mais do que isso: ele é rico em metilxantina, ácidos graxos e aminas biogênicas, compostos que atuam diretamente no cérebro, regulando o humor e promovendo bem-estar e saciedade.

2. A semente precisa ‘sangrar’ para virar chocolate

A transformação do cacau em chocolate começa com um processo intenso. Durante a fermentação, a semente libera um líquido violeta — uma espécie de “sangue” do fruto — e morre, tornando-se o que se chama de amêndoa.

Depois de seca e descascada, essa amêndoa libera o nibs, que será derretido e moldado até virar o chocolate que conhecemos.

3. Um presente vindo dos deuses — literalmente

Muito antes do chocolate chegar às prateleiras, o cacau já era venerado. Maia, olmecas, toltecas — civilizações antigas da América Central — consideravam a fruta sagrada. Ela era consumida apenas por reis, sacerdotes e guerreiros, em rituais e cerimônias importantes.

Essa relação mística também é encontrada no Brasil. Os yanomamis acreditam que o cacau é um presente divino. Já entre os iecuanas, há o costume de preparar um chá da casca do fruto para revigorar pessoas debilitadas, embora esse uso ainda não tenha comprovação científica.

4. Sim, ele é probiótico

Ao contrário do que muitos imaginam, o cacau também é um probiótico natural, com mais de 150 tipos de microrganismos benéficos que permanecem vivos mesmo após a fermentação e a produção do chocolate.

Essas bactérias boas ajudam a fortalecer o sistema digestivo e atuam na prevenção de doenças. O consumo regular de chocolates com alto teor de cacau pode ainda contribuir para a melhora do humor, redução da ansiedade e combate ao envelhecimento precoce.

5. “Chocolate amargo”? Melhor dizer intenso

O termo “amargo” está tão presente no nosso vocabulário que muita gente nem percebe que ele carrega uma conotação negativa. Especialistas em cacau afirmam que, na verdade, o amargor é visto como um defeito.

O ideal é falar em chocolate intenso, aquele que tem pelo menos 50% de cacau e menos adição de açúcares e gorduras. Quanto maior o percentual, mais potentes são os benefícios, como as ações anti-inflamatórias e antioxidantes, além de uma boa dose de vitaminas do complexo B, magnésio e potássio.

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