Azeite brasileiro é eleito um dos melhores do mundo em competição na Itália
Produto gaúcho da cidade de Triunfo ganhou prêmio de melhor do hemisfério sul; outros azeites nacionais também se destacaram em importantes categorias do concursoDepois do azeite Sabiá ter entrado para a lista dos 10 melhores do mundo em abril, outro produto brasileiro ganhou destaque em um concurso internacional.
Desta vez, o monovarietal Arbequina da Milonga, azeite extra virgem premium produzido em Triunfo (RS), foi eleito o melhor azeite do hemisfério sul no EVO IOOC Italy 2022.
A competição italiana está em sua sétima edição e é uma das mais importantes do mundo da categoria. Os resultados foram divulgados no último sábado (21/05/2022) em uma cerimônia no Castello Aragonese, na comuna de Bacoli, na região de Nápoles.
Christian Vogt, sócio e sommelier da marca gaúcha, esteve na ocasião e recebeu o prêmio em mãos. “A Itália continua sendo uma meca do azeite, então estar no meio de tantos produtores e ser reconhecido como um azeite de excelência num país jovem como o Brasil neste mercado é fantástico”, revela Vogt à CNN Viagem & Gastronomia.
Estreante na competição, a Milonga também levou medalha de ouro com o corte Arbequina/Coratina e medalha de prata com sua varietal Koroneiki.
Fiquei sem palavras, mas ao mesmo tempo sabia da qualidade e do potencial do nosso azeite!
Chris Vogt, sócio e sommelier da Milonga
A marca familiar foi fundada em 2019 nos pampas gaúchos e foca na qualidade do produto com uma produção reduzida. E qual o processo para um azeite premiado? Vogt comenta o passo a passo:
“Usamos as frutas ainda extremamente verdes, antes delas amadurecerem, e as colhemos rapidamente. O transporte entre o campo e o lagar tem que ser feito em caixas pequenas em pouco tempo. Refrigeramos a fruta para não subir sua temperatura em dias quentes, processamos o mais rápido possível em pouco tempo de batedeira e usamos equipamentos de última geração”.
O resultado a partir da Arbequina é um azeite suave, “bom para o paladar brasileiro e com a harmonização culinária”, diz Vogt. Assim, segundo o sommelier, ganhar o prêmio é sinônimo de autoridade e de que o produto possui muita qualidade.
Desde a divulgação dos resultados no último fim de semana, os pedidos aumentaram drasticamente. Vendidos a R$ 50 no site da marca, os azeites já se encontram esgotados e há pré-venda de kits com os três azeites premiados.
“Já estamos nos reestruturando e colocando mais pessoas para nos auxiliar neste despacho e no embalo de produtos para poder dar conta de tanta procura”, revela Chris Vogt.
Outros destaques brasileiros
A Milonga não foi a única marca brasileira premiada no concurso, o qual recebeu mais de 700 amostras de diversos países. Outros azeites nacionais também receberam destaque na premiação, como o Prosperato condimentado com pimenta jalapeño, azeite produzido em Caçapava do Sul (RS), premiado na categoria de “melhor aromatizado internacional”.
O Arbequina da Lagar H, de Cachoeira do Sul (RS), foi eleito o “melhor monovarietal do hemisfério sul” e o blend Arbequina/Arbosana da Casa Gabriel Rodrigues, de Porto Alegre (RS), ganhou a distinção de “melhor coupage internacional do hemisfério sul”, que indica a mistura de varietais.
Destacaram-se ainda o Orfeu Picual, produzido em São Sebastião da Grama (SP), que levou como o “melhor azeite do Brasil” nas categorias por país, e o Sabiá Arbequina, de Santo Antônio do Pinhal (SP), que foi condecorado com o prêmio especial “Raul C. Castellani, melhor da América do Sul”.
Medalhas de ouro e prata também foram distribuídas a outros azeites brasileiros. Confira a lista completa no site oficial do evento.
COM INFORMAÇÕES CNN