As Maldivas aprovaram uma emenda à sua Lei de Imigração que proíbe a entrada de cidadãos israelenses no país, medida anunciada oficialmente pelo gabinete do presidente Mohamed Muizzu na quarta-feira (16/04/2025). A decisão ocorre em meio a críticas contundentes ao governo de Israel, acusado pelas autoridades maldivas de cometer genocídio contra os palestinos durante a guerra na Faixa de Gaza — uma acusação que o governo israelense nega com veemência.

A nova regra foi ratificada após aprovação no Parlamento maldivo na terça-feira (15/04/2025) e passa a valer imediatamente. Segundo o comunicado presidencial, a medida representa “a posição firme do governo em resposta às contínuas atrocidades e atos de genocídio cometidos por Israel contra o povo palestino”.

Até o momento, não houve resposta oficial de Israel ao anúncio. O Ministério das Relações Exteriores e o consulado israelense em Colombo, no Sri Lanka, não atenderam aos pedidos de comentário.

Israel, por sua vez, tem reiterado que atua em conformidade com o direito internacional e afirma que a guerra foi desencadeada por um ataque do grupo Hamas em 07/10/2023, justificando a ofensiva como legítima defesa. O país também enfrenta uma ação movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça das Nações Unidas (CIJ), e foi alvo de um relatório da Anistia Internacional em dezembro de 2024 que o acusou de genocídio — acusações que o governo israelense nega.

A decisão das Maldivas é resultado direto de uma recomendação feita pelo gabinete presidencial em junho de 2024. Na época, o presidente Muizzu já havia se manifestado a favor da proibição, o que levou o Ministério das Relações Exteriores de Israel a emitir um alerta, orientando seus cidadãos a evitarem viagens ao arquipélago.

A medida, no entanto, pode ter impacto significativo sobre o setor de turismo, que representa cerca de 21% do Produto Interno Bruto (PIB) maldivo. Em 2024, o país arrecadou US$ 5,6 bilhões com o turismo e espera chegar perto da marca de US$ 5 bilhões novamente este ano, conforme dados do governo.

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