Prédios importantes da usina nuclear iraniana de Arak, também conhecida como Khondab, foram danificados em ataques atribuídos a Israel na quinta-feira (19/06/2025). A informação foi confirmada nesta sexta-feira (20/06/2025), pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), que destacou o impacto na estrutura da unidade de destilação da planta.

Embora os danos não fossem visíveis inicialmente, uma avaliação posterior apontou prejuízos à infraestrutura interna da usina de produção de água pesada, localizada na região central do Irã. O reator nuclear em si nunca foi concluído e não continha material radioativo no momento do ataque, o que, segundo a AIEA, descarta qualquer risco de radiação.

O governo iraniano reagiu com críticas duras. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, acusou Israel de violar princípios básicos do direito internacional e pediu que o Conselho de Segurança da ONU responsabilize formalmente o país pelo ataque. Para ele, o bombardeio vai contra a Carta das Nações Unidas e ameaça a credibilidade do regime global de não proliferação nuclear.

“Se o Conselho não agir agora, terá de explicar à comunidade internacional por que seus princípios são aplicados de forma seletiva”, afirmou Araghchi, em comunicado.

Israel alegou que a instalação atacada era inativa, mas justificou a ofensiva como uma medida preventiva para impedir o que chamou de possível uso do local para o desenvolvimento de armas nucleares. O Irã, por sua vez, nega que tenha qualquer plano nesse sentido. A posição é respaldada por inspetores da AIEA e por agências de inteligência internacionais, que até o momento não encontraram evidências de um programa militar nuclear ativo no país.

Apesar de a estrutura estar em operação parcial há anos, o reator principal de Arak permanece incompleto, após uma série de pressões diplomáticas para evitar sua finalização. A instalação é sensível justamente por envolver tecnologia de água pesada, que pode ser usada na produção de plutônio em determinadas condições.

Portal SBN | Com informações | CNN Brasil