A tentativa de interromper o conflito entre Israel e Irã sofreu novo revés após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta terça-feira (24/06/2025). Segundo ele, ambos os países descumpriram o cessar-fogo firmado na noite anterior (23/06/2025), sob intermediação dos Estados Unidos.

Pouco antes de embarcar para Haia, onde participará da cúpula da OTAN, Trump conversou com jornalistas e demonstrou frustração com o impasse. “Não estou feliz com nenhum dos dois lados”, afirmou, direcionando críticas especialmente a Israel, que, segundo ele, “desistiu da trégua logo após concordar com ela”.

De forma incisiva, o presidente norte-americano declarou que “os dois países lutam tanto e com tanta força que não sabem o que estão fazendo”. A declaração ocorre em meio ao clima de tensão crescente, iniciado há 12 dias com um ataque surpresa de Israel ao Irã e intensificado após o envolvimento direto dos Estados Unidos dois dias atrás.

Reações de ambos os lados

A resposta veio rápido. O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, afirmou ter ordenado novos bombardeios contra alvos em Teerã, após acusar o Irã de lançar mísseis em uma “violação flagrante” do cessar-fogo. Já a mídia iraniana e autoridades do país negaram qualquer ação ofensiva. De acordo com Teerã, os ataques israelenses continuaram por mais de uma hora após o horário estabelecido para o início da trégua.

Em publicação nas redes sociais, Trump tentou reforçar o apelo pela paz: “Israel, não jogue essas bombas. Se fizer isso, será uma violação grave. Traga seus pilotos para casa, agora!”, escreveu o presidente após deixar a Casa Branca.

Trégua ameaçada

A breve trégua havia gerado expectativas de um possível caminho para a desescalada, tanto no Oriente Médio quanto em outras partes do mundo. Mas com o novo ciclo de acusações e ataques, a iniciativa dos Estados Unidos encontra sérias dificuldades para se consolidar.

Enquanto isso, relatos de tensão se multiplicam. Uma brasileira que vive no Catar relatou que “a casa tremia” durante os ataques mais recentes, refletindo o impacto do conflito para civis da região.

A comunidade internacional observa com apreensão os próximos passos, em um cenário onde as palavras do mediador já não bastam para conter as bombas.

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