Maria Elena presa em ato golpista recebeu doação de Magno Malta na campanha eleitoral
Maria Elena foi candidata a deputada estadual pelo PL no Espírito Santo em 2022.Maria Elena Lourenço Passos está entre as mais de mil pessoas presas em flagrante em Brasília por participação nos atos golpistas do dia 8 de janeiro. Na ocasião, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram as sedes dos Três Poderes e incitaram as Forças Armadas a perpetrarem um golpe para derrubar o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Maria Elena foi candidata a deputada estadual pelo PL no Espírito Santo em 2022. Recebeu 558 votos e ficou na suplência, mas beeem lá atrás. Há 17 suplentes na frente dela.
Ao todo, Maria Elena contou com R$36.511,00 para fazer campanha, como mostra o DivulgaCand, site oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Desse montante, R$ 30 mil vieram da direção nacional do PL. Outros R$ 6,5 mil foram doados pela campanha de Magno Malta.
Magno é o presidente estadual do PL. Ele foi eleito senador pelo Espírito Santo.
Não há ilegalidade na doação. Pessoas físicas podem repassar valores a candidatos e o CNPJ de um candidato também pode fazer o mesmo por outro.
O valor doado por Magno a Maria Elena, entretanto, é mais um registro de proximidade do senador com radicais bolsonaristas que atacam as instituições democráticas.
O próprio senador eleito fez reiterados ataques verbais a ministros do Supremo Tribunal Federal. E é réu em ação na Corte, acusado de calúnia e difamação contra Luís Roberto Barroso.
A coluna também já revelou que Magno convidou, em 2018, o blogueiro bolsonarista Wellington Macedo para falar na CPI dos Maus-Tratos, no Senado, como colaborador. E apoiou um evento coordenado por ele, a Marcha da Família Cristã pela Liberdade.
Macedo é réu na Justiça do Distrito Federal, acusado de participar da instalação de uma bomba em um caminhão-tanque em Brasília no dia 24 de dezembro de 2022. Ele esteve acampado em frente ao quartel do Exército, onde o plano de explosão surgiu.
O objetivo, de acordo com o Ministério Público, era causar comoção para que um estado de sítio fosse decretado, com intervenção das Forças Armadas, para impedir a posse de Lula.
O PSOL pediu ao Supremo a inclusão de Magno entre os investigados por estimular os atos antidemocráticos. O senador, já diplomado, rechaçou os episódios de vandalismo nas sedes dos Três Poderes e negou ter feito qualquer incitação.