'Igualdade ainda não é respeitada', afirma procuradora espancada
Procuradora agredida agradece ato de solidariedade em vídeo e diz que 'igualdade ainda não é respeitada'A procuradora-geral Gabriela Samadello Monteiro de Barros, que foi espancada dentro da Prefeitura de Registro, no interior de São Paulo, gravou um vídeo para agradecer o ato de solidariedade feito pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo e o Conselho Federal da OAB. Na gravação obtida pelo g1, a profissional também defende a igualdade de gênero e pede mais respeito às mulheres.
Após o ato, a promotora agradeceu a todos que participaram e viajaram até Registro para dar forças e apoiá-la, incluindo a promotora de Justiça, Gabriela Manssur. “O acolhimento oferecido pela OAB confirma que a instituição está unida na luta pelo direito da mulher exercer livremente o seu trabalho”, disse a procuradora.
A procuradora-geral Gabriela Samadello Monteiro de Barros, que foi espancada dentro da Prefeitura de Registro, no interior de São Paulo, gravou um vídeo para agradecer o ato de solidariedade feito pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo e o Conselho Federal da OAB. Na gravação obtida pelo g1, a profissional também defende a igualdade de gênero e pede mais respeito às mulheres.
Após o ato, a promotora agradeceu a todos que participaram e viajaram até Registro para dar forças e apoiá-la, incluindo a promotora de Justiça, Gabriela Manssur. “O acolhimento oferecido pela OAB confirma que a instituição está unida na luta pelo direito da mulher exercer livremente o seu trabalho”, disse a procuradora.
Gabriela Samadello falou sobre a igualdade entre homens e mulheres. Ela afirmou que não foi só a integridade física dela que foi violada, mas também o direito por respeito.
“Nós mulheres, apesar de sermos numerosas no campo de trabalho, precisamos lutar e muito pela igualdade garantida pela constituição federal. Essa igualdade ainda não é respeitada na sua integralidade, e isso precisa ser mudado”.
Segundo ela, "uma sociedade minimamente civilizada não tem espaço para cultura de violência e intolerância". Ela pediu para que o caso de agressão que sofreu não seja esquecido pela sociedade, pois ele representa o desrespeito ao trabalho da mulher e ao direito constitucional à igualdade.
Ato de solidariedade
O ato de solidariedade a favor da procuradora-geral de Registro (SP), Gabriela Samadello Monteiro de Barros, aconteceu na tarde desta segunda-feira (27), na Prefeitura de Registro e contou com a presença da própria procuradora.
Segundo a OAB-SP, a presidente da OAB-SP, da Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo (Caasp), da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia, de Direitos e Prerrogativas da OAB SP, da Comissão Nacional da Mulher Advogada, da Mulher Advogada da Secional e da OAB Registro estiveram presentes no ato, junto ao vice-presidente do Conselho Federal da OAB e Prefeito de Registro.
De acordo com informações obtidas pelo g1, os representantes e a procuradora-geral de Registro Gabriela Samadello se reuniram numa sala na prefeitura. Após uma roda de conversas, todos posaram para uma foto em apoio e solidariedade à Samadello.
Agressão
O caso aconteceu na tarde do dia 20 de junho, por volta das 16h50, na sala da Procuradoria Geral do município, na Prefeitura de Registro.
O procurador Demétrius Oliveira Macedo, de 34 anos, desferiu socos e chutou contra a colega de trabalho, e já havia apresentado comportamento suspeito e sido grosseiro com outra funcionária do setor, conforme relatado por Gabriela à Polícia Civil.
A procuradora havia cobrado providências sobre o episódio de grosseria contra uma funcionária, que estava com medo de trabalhar no mesmo ambiente que Demétrius e enviou um memorando à Secretaria Administrativa com uma proposta de procedimento administrativo.
Na segunda-feira (20), foi publicada no Diário Oficial do município a criação de uma comissão para apurar os fatos. Segundo Gabriela, provavelmente foi isso que desencadeou as agressões.
Procurador pediu exoneração em 2020
O g1 apurou que no dia 25 de novembro de 2020, o então procurador Demétrius Oliveira de Macedo pediu exoneração do cargo e deixou suas funções, alegando problemas de relacionamento com as colegas. As informações foram confirmadas pela Prefeitura de Registro.
Ainda segundo a administração municipal, além de relatar dificuldades no convívio com a equipe da procuradoria, Demétrius teria dito que sofria assédio moral da chefe na época. A prefeitura esclareceu, ainda, que o procurador retornou ao cargo por decisão da Justiça, no dia 28 de junho de 2021.
O que ele disse
Após a repercussão do episódio de agressão na segunda (20), Demétrius Oliveira Macedo disse à Polícia Civil que sofria assédio moral no local de trabalho. "Ele admitiu que agrediu a vítima e alegou que assim o fez por sofrer assédio moral", afirmou Fernando Carvalho Gregório, delegado do 1º Distrito Policial do município, em entrevista à TV Tribuna, afiliada à Rede Globo.
Dias depois, a defesa do procurador Demétrius alegou que ele sofre com “problemas de ordem psiquiátrica”, que a condição era de conhecimento dos colegas de trabalho e que a situação o levou a pedir exoneração do cargo.
Chefe agredida se posiciona
Após o procurador Demétrius alegar que teria sofrido assédio moral no local de trabalho, a procuradora-geral Gabriela Samadello descartou que o agressor tenha sofrido o tipo de assédio, a ainda afirmou que Demétrius seria um "sociopata".
Gabriela defende, ainda, que Demétrius não teria sofrido assédio moral "de maneira alguma", e pontua que tem testemunhas que concordam com sua posição. "É uma desculpa que ele deu, e não tem prova nenhuma disso. E eu nem permitiria", afirma.
Prefeitura
A Prefeitura de Registro, em nota, manifestou "mais absoluto e profundo repúdio aos brutais atos de violência”, protagonizados pelo procurador.
"Reafirmamos nosso compromisso com a prevenção e enfrentamento a todas as formas de violência, principalmente aquelas que vitimizam mulheres. Os servidores da Procuradoria Geral Municipal e da Secretaria de Negócios Jurídicos receberão todo apoio necessário, inclusive acompanhamento psicológico", escreveu.
A administração municipal disse, ainda, aos demais servidores: "recebam nosso amparo e saibam que a prática de violência é veementemente repudiada e será severamente punida".
PORTAL SBN