Quando a busca por sentido muda tudo em nós

Narra o Evangelista João que Jesus, sendo seguido por dois discípulos do Batista, lhes indagou: Que buscais?
Se a pergunta fosse dirigida a nós, que nos dizemos seguidores de Jesus, o que responderíamos?
Enquanto esteve entre os homens, o Mestre foi procurado para resolver as coisas mais diversas.
Houve quem O buscasse para que resolvesse uma contenda de herança com o próprio irmão.
Houve os que lhe apresentaram, na praça pública, uma mulher surpreendida em adultério para que a julgasse.
As irmãs Marta e Maria O mandaram buscar na Pereia, quando o irmão adoeceu. Desejavam que Ele viesse rápido para salvá-lo da morte.
E, no entanto, ele jamais se arvorou em juiz ou árbitro de qualquer questão. Apresentou-se como o Pastor que veio para as Suas ovelhas.
Por isso estabeleceu a lei de amor, a fim de que o imenso rebanho se tornasse um só, ligado pelos laços da fraternidade.
Contudo, ainda hoje, alguns de nós continuamos a proceder como os homens daquele tempo.
Nós O buscamos para que Ele seja o avalista do traço de personalidade que nos domina as ações.
Se somos avarentos, suplicamos para que Ele nos ajude a multiplicar nossa fortuna.
Se somos orgulhosos, pedimos poder, rogamos que Ele rebaixe os nossos adversários e amplie nosso círculo de influência.
Se a vaidade é nossa companheira, pedimos que Ele aja de forma a que recebamos reconhecimento pelo nosso saber, pela nossa beleza, nossa cultura, ou por qualquer outro atributo que ocupe o centro de nosso interesse.
Continuamos a nos comportar como Espíritos infantis, interessados nas coisas do mundo, cerrando fileiras com aqueles que alimentam o corpo, mas esquecem o Espírito.
Alguns, imitando a mãe de Tiago e João, indagamos se teremos um lugar especial, próximo a Ele, quando adentrarmos o mundo espiritual.
Como há dois mil anos, prosseguimos com nossos pedidos absurdos, esquecidos de que Ele afirmou que o Seu reino não é deste mundo. Que o reino de Deus deve se instalar no coração de cada um.
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Não é suficiente afirmarmos que Jesus é o benfeitor que nos cura e protege.
Não basta dizer que somos Seus adeptos. Cabe-nos agir conforme a Sua lei de amor, justiça e paz.
É necessário imitarmos aqueles que, ao encontrarem Jesus, alteraram o curso da própria vida.
Como Pedro, o apóstolo, que, em momento de fraqueza, nega o Amigo Celeste, mas depois se transforma em verdadeira rocha, líder de uma comunidade nascente.
Ou como Saulo de Tarso, que, de perseguidor dos homens do caminho, assume a sua posição de vaso escolhido e espalha a mensagem cristã.
Ou ainda como Maria de Magdala, que realizou uma verdadeira revolução interior, aderindo ao amor puro, que tanto buscava.
Então, procuremos Jesus para nos transformarmos e darmos à nossa vida um propósito maior, refletindo, os Seus ensinamentos em todos os atos do nosso dia.
Façamos isso e poderemos responder à pergunta, afirmando: Senhor, buscamos a paz de consciência. Buscamos a Tua verdade e a Tua paz.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. 100,
do livro Vinha de Luz, pelo Espírito Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. FEB.
Em 2.8.2025