Mulheres ampliam presença no mercado financeiro e assumem papel de liderança nos negócios

Nos últimos anos, mulheres têm ampliado sua presença no mercado financeiro de forma inédita. Até o final de 2024, o número de investidoras em renda variável saltou de aproximadamente 1,29 milhão para 1,38 milhão — um crescimento de 7%. No Tesouro Direto, o avanço foi ainda mais expressivo, com o número de mulheres ultrapassando 1 milhão de investidoras, uma alta de 15% no período.
Além disso, a proporção de mulheres que realizam algum tipo de investimento financeiro segue em crescimento: 5% em 2022, 7% em 2023 e 8% em 2024. Para 2025, metade das mulheres que ainda não investem manifestaram a intenção de começar, movidas principalmente pela busca por segurança financeira (47%) e pelo desejo de aumentar o poder de consumo (35%).
Esse movimento acompanha outro dado relevante: 40% das empresas brasileiras já são lideradas por mulheres, o que corresponde a 8,4 milhões de negócios em todo o país. A combinação de empreendedorismo e investimentos vem consolidando uma nova fase do protagonismo feminino, na qual educação financeira, gestão estratégica e inovação caminham juntas.
Para a mentora Elayne Borel, que lidera a Rede Mulheres de Negócios (RMN), essa transformação vai além dos números e representa uma mudança profunda na relação da mulher com o dinheiro: “por muito tempo, a relação da mulher com o dinheiro foi reduzida a pequenos gastos pessoais, como cuidados de beleza ou consumo imediato. Hoje, vemos uma virada: as mulheres estão aprendendo a jogar o mesmo jogo dos investimentos e dos negócios. O desafio é que muitas não foram educadas financeiramente para esse novo cenário”.
Segundo ela, investir não é apenas sobre rentabilidade, mas sobre autonomia, liderança e visão de futuro. “A forma como lidamos com o dinheiro carrega histórias, crenças e padrões herdados. Muitas mulheres não foram vistas ou reconhecidas como protagonistas econômicas em suas famílias e sociedades. Quando uma mulher decide investir e administrar seus recursos, ela rompe com exclusões do passado e ocupa o lugar de protagonista, que gera equilíbrio, pertencimento e prosperidade não só para si, mas para toda rede ao seu redor”, completou Borel.
A presença crescente das mulheres no mercado financeiro, somada à liderança consolidada nos negócios, marca um momento de virada. O investimento se tornou ferramenta de emancipação, permitindo que mulheres não apenas fortaleçam seus próprios empreendimentos, mas também inspirem e transformem toda uma rede de conexões e oportunidades.