Mercados da América Latina sobem em 2025 e atraem capital com fuga dos EUA e China

Portal SBN
Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Mercados da América Latina sobem em 2025 e atraem capital com fuga dos EUA e China

Economia - Mercado Financeiro

Em um cenário de incerteza global e disputas comerciais, as Bolsas de Valores da América Latina têm se destacado em 2025. Brasil e México, donos dos maiores mercados da região, registram altas acima de 14% no acumulado do ano, contrastando com o desempenho estagnado das principais praças acionárias dos Estados Unidos e da China.

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou aos 138.716 pontos na quarta-feira (18/06/2025), apenas 0,99% abaixo do recorde nominal histórico de 140.109 pontos, atingido em 20/05/2025. No México, o S&P BMV IPC segue a mesma trajetória de valorização. Já nos EUA, Dow Jones recuou 0,88% e, embora o S&P 500 e a Nasdaq tenham registrado leves altas de 1,69% e 1,22%, respectivamente, o desempenho ficou aquém das expectativas. Na China, o índice de Xangai avançou modestos 1,11%.

A mudança de cenário tem origem na política externa do presidente norte-americano Donald Trump, que tomou posse em 20/01/2025. Poucas semanas depois, o republicano anunciou tarifas sobre aço e alumínio e, em 02/04/2025, oficializou o chamado Liberty Day, tratado por ele como a “declaração de independência econômica” dos Estados Unidos, com novas barreiras comerciais.

Embora China e EUA tenham negociado uma trégua, o impacto das tarifas bilaterais foi suficiente para afetar os mercados globais. Nesse vácuo, os emergentes latino-americanos passaram a ser vistos com outros olhos por investidores internacionais, que agora redirecionam seus aportes.

Segundo Gustavo Moreira, planejador financeiro certificado (CFP), o movimento é justificado. “Investidores estão migrando recursos para a América Latina por duas razões principais: o valuation atrativo e o ambiente de diversificação em tempos de incerteza geopolítica”, afirmou. De acordo com ele, o relatório do portal Semafor aponta que, enquanto em economias desenvolvidas paga-se mais de US$ 19 por cada dólar de lucro, na América Latina o custo gira em torno de US$ 9.

Esse “desconto”, diz Moreira, ganha ainda mais relevância diante dos juros elevados. “Cada centavo investido precisa render mais”, explicou. Ele acrescenta que as tensões comerciais estão impulsionando a realocação de cadeias produtivas e de capitais globais, tornando os países latino-americanos beneficiários de um processo de desglobalização parcial.

Além de Brasil e México, outros países da região também surfam a maré positiva. O S&P CLX, do Chile, acumula alta de 20,8%; o Colcap, da Colômbia, subiu 19,7%; e o S&P Lima, do Peru, valorizou 12,6%, todos com dados referentes ao fechamento de quarta-feira (18/06/2025).

Apesar do otimismo, Moreira ressalta que há riscos internos que podem gerar instabilidade, como questões fiscais, decisões de política monetária e os ciclos eleitorais em diferentes países da região. O avanço dos mercados latinos, portanto, depende tanto do cenário externo quanto da capacidade de manutenção da confiança interna.

Portal SBN | Com informações | Poder 360

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