'É impossível exercer o mandato de outro país', diz Hugo Motta sobre Eduardo Bolsonaro

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), defendeu o regimento interno da Casa ao justificar decisões tomadas contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), ao mesmo tempo que buscará, a partir de agora, se concentrar em pautas que atendam os interesses públicos.
Em entrevista exclusiva aos repórteres Beatriz Roscoe e Murillo Camarotto, do Valor, Motta defendeu o veto a possibilidade de Eduardo Bolsonaro exercer uma liderança vivendo em outro país. “É impossível exercer o mandato estando em outro país. O regimento veda isso e iremos cumpri-lo".
Eduardo está morando nos Estados Unidos nos últimos meses, buscando apoio político contra a condenação por tentativa de golpe de Estado sofrida pelo seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Inicialmente, o deputado estava de licença parlamentar, mas agora já registra faltas nas sessões.
Nos corredores da Câmara, surgiu a possibilidade de que uma eventual suspensão pelo Conselho de Ética acabe adiando a cassação do mandato de Eduardo por faltas. O presidente da Câmara disse ao Valor que “não conhece essa manobra”, mas que cabe ao plenário a decisão final sobre o mandato do bolsonarista.
Motta também afirmou que não há previsão de quando pautará o projeto de anistia, agora rebatizado de “dosimetria”, uma vez que relator do projeto, o deputado Paulinho da Força (SD-SP), ainda trabalha no texto.
Sobre a polêmicas das “pautas tóxicas”, Motta diz buscar “fazer uma gestão que saia um pouco dessa polarização” e que apesar das pautas com maior divergência ganharem mais visibilidade, a “Câmara vai se distanciando dessa agenda”.
“Mesmo nesse ambiente de instabilidade, com a antecipação do período eleitoral e com esse problema com os EUA, temos conseguido navegar e colocar na pauta projetos de interesse da população.”
Motta aponta que a Câmara está concentrando seus esforços nas discussões sobre a medida provisória do IOF e na reforma administrativa.
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