Marido da cantora Perlla é preso no Rio em operação da PF

Portal SBN
Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Marido da cantora Perlla é preso no Rio em operação da PF

Empresário Patrick Abrahão é preso no Rio em operação contra esquema de pirâmide que deu R$ 4 bilhões de prejuízo
Polícia - Rio De Janeiro

O músico e empresário Patrick Abrahão, marido da cantora Perlla, foi preso nesta quarta-feira (19/10) na Operação La Casa de Papel, da Polícia Federal (PF), da Receita Federal e da Agência Nacional de Mineração (ANM), contra “um esquema de pirâmide financeira transnacional” que criou a própria criptomoeda e a supervalorizou artificialmente.

Segundo as investigações, a rede de Patrick, a Trade Invest, lesou pelo menos 1,3 milhão de pessoas em 80 países e lhes impôs um prejuízo de R$ 4,1 bilhões.

Prisão em condomínio de luxo

Além de expedir 6 mandados de prisão e 41 de busca, a 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande (MS) também determinou o bloqueio no valor de 20 milhões de dólares (R$ 105,7 milhões, no câmbio atual).

Ainda foi deferido o sequestro “de dinheiro em contas bancárias, imóveis de altíssimo padrão, gado, veículos, ouro, joias, artigos de luxo, mina de esmeraldas, lanchas e criptoativos em posse das pessoas físicas e jurídicas investigadas”.

Os mandados foram cumpridos nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina. Patrick foi preso em casa, em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio.

Segundo a PF, Patrick é investigado por crimes contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, usurpação de bens públicos, crime ambiental e estelionato.

Apreensão de esmeraldas

A investigação começou em agosto de 2021, quando dois dos investigados foram pegos em flagrante em Dourados (MS), a caminho do Paraguai, com escolta armada e esmeraldas avaliadas em 100 mil dólares.

Segundo a PF, as joias “estavam ocultas e não tinham origem legal, pois estavam amparadas em nota fiscal cancelada”.

A partir daí, foi descoberta uma rede com uma presença “massiva nas redes sociais”. Os investigados arregimentavam “centenas de ‘team leaders’” e contavam com “a estrutura e o apoio de uma entidade religiosa pertencente a um deles”.

Com essa rede, os empresários “atuavam para captar recursos e, assim, gerir uma empresa que oferecia pacotes de investimentos e aportes financeiros desde 15 dólares a 100 mil dólares, com promessa de ganhos diários em percentuais altíssimos”.
 
“A organização criminosa prometia que os investimentos seriam multiplicados em ganhos diários, que poderiam chegar a até 20% ao mês e mais de 300% ao ano, através de transações no mercado de criptoativos por supostos ‘traders’ a serviço da empresa”, descreveu a PF.

A rede também recomendava que cada investidor captasse novos membros, “em mecanismo que chamavam de ‘binário’”.

Criação de criptomoeda

Segundo a PF, a rede lançou no fim de 2021 duas criptomoedas “sem qualquer lastro financeiro”.

“Foi identificada uma manipulação de mercado para valorizar uma das moedas artificialmente em 5.500% em apenas 15 horas, com pico de até 38.000%, dias depois. Tudo isso para manter a pirâmide financeira o mais tempo possível em atividade, pois as criptomoedas foram também utilizadas para pagar aos investidores”, explicou a PF.

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