Marido da cantora Perlla é preso no Rio em operação da PF
Empresário Patrick Abrahão é preso no Rio em operação contra esquema de pirâmide que deu R$ 4 bilhões de prejuízo
O músico e empresário Patrick Abrahão, marido da cantora Perlla, foi preso nesta quarta-feira (19/10) na Operação La Casa de Papel, da Polícia Federal (PF), da Receita Federal e da Agência Nacional de Mineração (ANM), contra “um esquema de pirâmide financeira transnacional” que criou a própria criptomoeda e a supervalorizou artificialmente.
Segundo as investigações, a rede de Patrick, a Trade Invest, lesou pelo menos 1,3 milhão de pessoas em 80 países e lhes impôs um prejuízo de R$ 4,1 bilhões.
Além de expedir 6 mandados de prisão e 41 de busca, a 3ª Vara da Justiça Federal de Campo Grande (MS) também determinou o bloqueio no valor de 20 milhões de dólares (R$ 105,7 milhões, no câmbio atual).
Ainda foi deferido o sequestro “de dinheiro em contas bancárias, imóveis de altíssimo padrão, gado, veículos, ouro, joias, artigos de luxo, mina de esmeraldas, lanchas e criptoativos em posse das pessoas físicas e jurídicas investigadas”.
Os mandados foram cumpridos nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Goiás, Maranhão e Santa Catarina. Patrick foi preso em casa, em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio.
Segundo a PF, Patrick é investigado por crimes contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, usurpação de bens públicos, crime ambiental e estelionato.
A investigação começou em agosto de 2021, quando dois dos investigados foram pegos em flagrante em Dourados (MS), a caminho do Paraguai, com escolta armada e esmeraldas avaliadas em 100 mil dólares.
Segundo a PF, as joias “estavam ocultas e não tinham origem legal, pois estavam amparadas em nota fiscal cancelada”.
A partir daí, foi descoberta uma rede com uma presença “massiva nas redes sociais”. Os investigados arregimentavam “centenas de ‘team leaders’” e contavam com “a estrutura e o apoio de uma entidade religiosa pertencente a um deles”.
A rede também recomendava que cada investidor captasse novos membros, “em mecanismo que chamavam de ‘binário’”.
Segundo a PF, a rede lançou no fim de 2021 duas criptomoedas “sem qualquer lastro financeiro”.
“Foi identificada uma manipulação de mercado para valorizar uma das moedas artificialmente em 5.500% em apenas 15 horas, com pico de até 38.000%, dias depois. Tudo isso para manter a pirâmide financeira o mais tempo possível em atividade, pois as criptomoedas foram também utilizadas para pagar aos investidores”, explicou a PF.