Expectativas para o conclave movimenta R$ 60 milhões em apostas sobre novo papa após morte de Francisco

Enquanto cardeais se reúnem em clima de oração e expectativa para o conclave — a votação secreta que define o novo papa — o mercado de apostas se agita do lado de fora das muralhas do Vaticano. Dados da plataforma Polymarket revelam que, até o dia 30/04/2025, o mercado intitulado "Quem será o próximo papa?" já havia movimentado US$ 11,5 milhões (cerca de R$ 60 milhões), alimentando especulações em torno dos principais nomes cotados ao posto mais alto da Igreja Católica.
Na liderança dos palpites está o cardeal italiano Pietro Parolin, com 23% de chance, segundo a Polymarket. Ele é seguido de perto por Luis Antonio Tagle (22%), Peter Turkson (17%) e Matteo Zuppi (12%). Parolin, que atua desde 2013 como secretário de Estado do Vaticano, é visto como uma figura influente e experiente. Na plataforma britânica William Hill, ele aparece como favorito com cotação de 9/4. Tagle, por sua vez, tem cotação de 3/1 e poderia se tornar o primeiro papa asiático da história.
Parolin tem uma trajetória consolidada na diplomacia da Santa Sé, incluindo um papel decisivo nas negociações para a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos, em 2015. Entre 2009 e 2013, foi núncio apostólico na Venezuela, em meio a uma crise com o governo de Hugo Chávez. Fontes do Vaticano destacam sua familiaridade com temas do Oriente Médio e da Ásia, além de vê-lo como um nome alinhado às ideias de Francisco.
Ainda assim, nem todos o consideram a escolha mais provável. Para alguns observadores, o cardeal italiano carrega uma imagem burocrática demais para o atual momento da Igreja. “Apesar de se encaixar nos critérios de continuidade, Parolin nunca administrou uma diocese e não tem experiência pastoral”, afirmou o vaticanista australiano Paul Collins, que também mencionou escândalos financeiros envolvendo a Secretaria de Estado sob sua gestão.
A corrida pelo papado, agora escancarada nas casas de apostas, mostra como fé, política e dinheiro caminham, às vezes, em direções inesperadas. No fim das contas, cabe ao conclave a escolha — sempre secreta e regida pela tradição — de quem guiará os mais de 1,3 bilhão de católicos ao redor do mundo.
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