Solidão atinge uma em cada seis pessoas no mundo, alerta OMS

A solidão deixou de ser apenas um sentimento passageiro e virou um problema de saúde global. Um relatório da Comissão sobre Conexão Social da Organização Mundial da Saúde (OMS) revela que uma em cada seis pessoas no mundo vive solitária, com efeitos graves para a saúde pública. A estimativa é que a solidão esteja relacionada a cerca de 100 mortes por hora, o equivalente a mais de 871 mil por ano.
Segundo a OMS, sentir-se só vai além do desconforto emocional. A falta de conexões sociais reais está associada a doenças cardíacas, AVC, diabetes, declínio cognitivo, depressão e morte precoce. Também prejudica o desempenho escolar e profissional, além de custar bilhões aos sistemas de saúde e ao mercado de trabalho global.
Os dados mostram que a solidão afeta com mais força os jovens (especialmente entre 13 e 29 anos) e pessoas que vivem em países de baixa renda. As taxas entre adolescentes ultrapassam os 20%. Entre idosos, o número chega a um em cada três. Grupos como pessoas com deficiência, refugiados, LGBTQIA+, indígenas e minorias étnicas também estão mais vulneráveis.
Entre as causas estão baixa renda, escolaridade limitada, viver sozinho, ausência de políticas públicas eficazes, saúde precária e até o uso excessivo de telas. O relatório da OMS também levanta preocupações sobre o impacto de interações digitais negativas na saúde mental, especialmente entre os mais jovens.
Como resposta, a organização propõe um plano global com foco em ações políticas, investimentos em infraestrutura comunitária, pesquisas e campanhas de conscientização, além da criação de um índice mundial de conexão social.
A OMS lembra que a solução não depende só de governos: atitudes simples como cumprimentar um vizinho, desligar o celular durante uma conversa ou procurar um grupo local podem fazer a diferença. E, se o sofrimento for profundo, buscar ajuda é essencial.
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