Monique Rocha celebra a vida e obra de Clara Nunes no espetáculo “O Canto da Guerreira”

Portal SBN
Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Monique Rocha celebra a vida e obra de Clara Nunes no espetáculo “O Canto da Guerreira”

Cultura - Espírito Santo

Artista capixaba vai levar ao palco do Teatro do Sesi, no dia 23 de agosto, os sucessos da cantora que se celebrizou por incorporar o sincretismo religioso na música brasileira

Artista conhecida por transitar em múltiplas linguagens, a cantora e atriz Monique Rocha vai reviver a vida e obra de uma das cantoras mais populares do país no espetáculo “O Canto da Guerreira – Uma Homenagem a Clara Nunes”, em apresentação única, no dia 23 de agosto, às 19h30, no Teatro do Sesi, em Vitória.

Monique Rocha celebra a vida e obra de Clara Nunes no espetáculo “O Canto da Guerreira”O show celebra os 10 anos do espetáculo criado por Monique Rocha em 2015 e que soma mais de 20 apresentações em teatros e casas noturnas do Espírito Santo e do Rio de Janeiro. No palco, a artista capixaba incorpora a personalidade de Clara Nunes (1942-1983), cantora que se celebrizou pela personificação do Brasil mestiço e por traduzir o sincretismo religioso do país por meio da sua voz.

Entre as convidadas especiais do espetáculo estão Luiza Monteiro, atual Rainha do Carnaval Capixaba, e Duda Lima, que brilhou no Sambão do Povo como passista, princesa e rainha de bateria da Escola Pega no Samba. As Baianas do Carnaval Capixaba – Neia Lopes e Regiane Oliveira – também irão dividir o palco com a cantora, juntamente com a bailarina Bianca Campagnoli.

Em 17 anos de carreira fonográfica, Clara Nunes gravou sambas de terreiro, sambas-enredos, baião, forró, frevo, jongo, toadas, afoxé, entre outros ritmos e estilos que compõem o mosaico da música popular brasileira. Entre outras marcas inéditas, derrubou o tabu de que mulheres não eram grandes vendedoras de discos no Brasil e emplacou 21 videoclipes no horário nobre da televisão brasileira.

Da infância pobre à consagração

Monique Rocha irá reviver esta trajetória vitoriosa por meio de textos que contam a história de vida de Clara Nunes, desde a infância pobre, na cidade de Caetanópolis (MG), até a consagração como uma das vozes mais importantes da MPB.

Acompanhada por uma banda formada por cinco músicos, a cantora vai interpretar 20 canções eternizadas na voz de Clara Nunes, como “Na linha do mar” (Paulinho da Viola), “Conto de Areia” (Romildo Bastos / Toninho Nascimento), “O Mar Serenou” (Candeia) e “Canto das Três Raças” (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro).

“Clara Nunes é uma das principais referências para a minha formação artística. Sua defesa da filiação do Brasil à África e a forma como incorporou o sincretismo religioso do nosso povo, unindo santos e orixás, sempre me encantou”, revela Monique, que selecionou o repertório de modo a percorrer as diferentes fases da carreira da cantora. “Teremos o primeiro sucesso da Clara, ‘Você passa eu acho graça’, parceria de Ataulfo Alves e Carlos Imperial, gravada na época em que ela ainda se apresentava como cantora de boleros; até “Um ser de luz”, que Paulo César Pinheiro, Mauro Duarte e João Nogueira fizeram para ela após a sua morte”, acrescenta.

Aura mística

Monique Rocha celebra a vida e obra de Clara Nunes no espetáculo “O Canto da Guerreira”Pesquisadora da cultura popular, Monique Rocha fez questão de assinar o roteiro, no qual vai intercalar números musicais com passagens da vida da homenageada. E, naturalmente, dará especial atenção ao aspecto visual, reproduzindo os trajes de Clara Nunes de modo a transportar o espectador para a aura mística da cantora. “O figurino é branco, cor que marcou a carreira da artista, e os adereços são feitos de conchas, relembrando um dos momentos mais emblemáticos de Clara Nunes, que cantou o mar e seus encantos”, adianta Monique.

A caracterização cênica vai se estender à iluminação, que trará uma atmosfera espiritual, em referência às expressões de fé presentes na obra de Clara Nunes, que era adepta das religiões de matriz africana. “Teremos uma luz onde predomina o branco, mas que traz algumas cores, como o azul, fazendo alusão ao mar; o verde, simbolizando as matas; e o âmbar, em menção ao apelido de guerreira de Clara”, explica a cantora.

O espetáculo conta ainda com projeções de imagens da homenageada em vários momentos de sua carreira e da vida pessoal. A ideia de Monique é conduzir o público a uma viagem sobre a trajetória de uma cantora cuja obra se mantém viva como uma das mais relevantes contribuições para a compreensão e valorização da presença africana no cancioneiro brasileiro. “A obra de Clara Nunes é atemporal e merece ser ouvida e descoberta por todas as gerações. Este show será um momento especial, pois marca os 10 anos desse espetáculo que tem significado afetivo para a minha carreira. Tenho certeza que o público vai se encantar”, v islumbra Monique.

MONIQUE ROCHA APRESENTA “O CANTO DA GUERREIRA – UMA HOMENAGEM A CLARA NUNES”:

Data: 23 de agosto (sábado)

Horário: 19h30

Local: Teatro do Sesi -  Rua Tupinambás, 240, Jardim da Penha, Vitória (ES), 29.060-810

Ingressos: R$ 40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia-entrada), à venda pelo Sympla: https://www.sympla.com.br/monique-rocha---o-canto-da-guerreira---homenagem-a-clara-nunes__3055481

REPERTÓRIO:

Guerreira (João Nogueira / Paulo César Pinheiro)
A Deusa dos Orixás (Toninho Nascimento / Romildo Bastos)
Você Passa, Eu Acho Graça (Carlos Imperial / Ataulfo Alves)
Lama (Mauro Duarte)
Juízo Final (Nelson Cavaquinho / Elcio Soares)
As Forças da Natureza (Paulo César Pinheiro / João Nogueira)
Menino Deus (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)
Ê Baiana (Fabricio Da Silva / Baianinho / Ênio Santos Ribeiro / Miguel Pancracio)
Morena de Angola (Chico Buarque)
Feira de Mangaio (Sivuca / Glorinha Gadelha)
Na linha do mar (Paulinho da Viola)
Conto de Areia (Romildo Bastos / Toninho Nascimento)
O Mar Serenou (Candeia)
Canto das Três Raças (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)
Ilu-Ayê (Norival Reis / Cabana)
Portela na Avenida (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)
Serrinha (Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)
Tristeza pé no chão (Armando Fernandes)
Um Ser de Luz (João Nogueira / Mauro Duarte / Paulo César Pinheiro)
Minha Missão (João Nogueira / Paulo Cesar Pinheiro)

FICHA TÉCNICA:

Monique Rocha – cantora
Produção Executiva – Rocha Produções
Produção – Rômulo Corrêa
Iluminação – Toninho dos Anjos
Sonorização – Regis
Cenografia – Rômulo Corrêa
Design – Elvis Oliveira
Videomaker – Davi Abarca
Assessoria de Imprensa – José Roberto Santos Neves
Vinícius Moraes – violão sete cordas
André Souza – cavaquinho
Ricco Costa – surdo
Xexeu du Pan – pandeiro
Leonardo Moreira – tantã

Participações especiais – Luiza Monteiro, Duda Lima, Bianca Campagnoli e as Baianas do Carnaval Capixaba: Neia Lopes e Regiane Oliveira

SOBRE MONIQUE ROCHA:

Natural de Afonso Cláudio (ES), Monique Rocha tem formação acadêmica em Artes Plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e Qualificação Profissional em Teatro pela Escola Técnica Municipal de Teatro, Dança e Música (Fafi), tendo estudado também Canto Popular. Atua como atriz e cantora, tendo iniciado sua carreira no teatro em 2001 e sua carreira musical em 2007.

Em 2010 montou o grupo Fina Flor do Samba. Dois anos depois, lançou-se em carreira solo como cantora, com o espetáculo musical “Respeitem ao Menos os meus Cabelos Brancos”, em homenagem ao centenário de Herivelto Martins. A partir desse momento, lança o Projeto “Samba da Antiga”, com repertório requintado de clássicos do samba.

Em 2015, inicia uma série de shows temáticos com o espetáculo “O Canto da Guerreira – Uma Homenagem a Clara Nunes”, apresentado com sucesso no Teatro Carlos Gomes e no Teatro Glória, em Vitória, e na Escola Sesc de Jacarepaguá e no bar Vaca Atolada, na Lapa (RJ).

Monique Rocha celebra a vida e obra de Clara Nunes no espetáculo “O Canto da Guerreira”Ainda dentro das comemorações dos 75 anos de Clara Nunes, em 2018 estreou o show “Clara: Sambas, Boleros e Canções”, ao lado da cantora Dorkas Nunes, com argumento e roteiro do jornalista e pesquisador musical José Roberto Santos Neves.

Outro show temático de sua carreira é “O Mar Marejou”, uma homenagem ao Dia de Iemanjá, apresentado desde 2016.

Em 2019, Monique Rocha estrelou o show “Sambas, Congos e Pontos”, um passeio pela musicalidade afro-brasileira. Em 2020, durante a pandemia da Covid-19, lançou o single “Sou Negro”, samba do compositor Jean Carlos que “fala da luta, do racismo, da escravidão, da autoestima, do amor, e da beleza do povo preto”, segundo a cantora. O clipe de “Sou Negro” foi lançado em maio de 2022, com direção de Cíntia Braga.

Em fevereiro do mesmo ano, Monique Rocha apresentou ao público o videoclipe do samba “Dona Astrogilda”, em homenagem à Dona Astrogilda Ribeiro, Rainha do Congo do Espírito Santo, falecida aos 88 anos, em julho de 2021.
Dentro da proposta de mesclar teatro e música, Monique Rocha desenvolve desde 2008 o projeto de arte e educação “A História é Negra”, que conta histórias e fatos reais dos negros escravizados no Brasil, utilizando o teatro de fantoches, adereços e músicas de matriz africana.

Como atriz-cantora, fez parte da Cia. Makuamba por 15 anos, atuando em espetáculos teatrais contemplados por vários editais de cultura do Espírito Santo e por prêmios nacionais, entre os quais o espetáculo musical “Chico Prego”, premiado pelo Edital Miriam Muniz Funarte em 2015.

PORTAL  SBN |  SISTEMA BRASILEIRO DE NOTÍCIAS

Últimas da Bahia

Veja Mais +