Israel enviou tanques para Jenin, na Cisjordânia ocupada, no último fim de semana, algo que não acontecia desde 2002, durante a Segunda Intifada. A ação marca uma escalada na ofensiva militar israelense na região, que já matou centenas de palestinos e deslocou dezenas de milhares.

A Cisjordânia é ocupada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Desde então, o país tem incentivado a construção de assentamentos judaicos, considerados ilegais pelo direito internacional. A criação da Autoridade Palestina nos anos 1990, por meio dos Acordos de Oslo, buscou estabelecer um governo palestino na região, mas o conflito nunca foi resolvido.

Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro, Israel tem intensificado incursões na Cisjordânia, impondo restrições aos palestinos e permitindo ataques de colonos israelenses. Em agosto, lançou a "Operação Acampamentos de Verão", e agora, com a nova ofensiva em Jenin, o ministro da Defesa, Israel Katz, anunciou que os militares permanecerão no território por pelo menos um ano, impedindo o retorno dos moradores.

A ONU estima que mais de 40 mil palestinos foram forçados a deixar suas casas na Cisjordânia. Segundo o Ministério da Saúde palestino, mais de mil palestinos foram mortos desde outubro, incluindo pelo menos 184 crianças. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha alertou para a crise humanitária, destacando a escassez de água, comida e assistência médica.

Portal SBN