Confederação de caminhoneiros vê ação antidemocrática em paralisação
Paralisação de rodovias por apoiadores de Bolsonaro divide caminhoneiros
Pouco tempo após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser confirmada no segundo turno das eleições presidenciais contra Jair Bolsonaro (PL), grupos de caminhoneiros bolsonaristas e outros apoiadores do atual presidente começaram a fechar rodovias.
Até as 23h desta segunda-feira (31/10), de acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), havia bloqueios parciais ou totais em 25 Estados (incluindo o Distrito Federal) — os únicos onde não havia registros de ocorrências eram Alagoas e Amapá.Em nota, a PRF afirma que acionou a AGU (Advocacia-Geral da União) para conseguir liberar estradas bloqueadas e diz que adotou todas as providências para o retorno da normalidade do fluxo nas rodovias afetadas.


Janderson Maçanero, caminhoneiro de Itajaí (SC) conhecido como Patrola, que faz parte dos protestos atuais, diz que, na sua cidade, a movimentação é composta apenas por 20% de caminhoneiros, e o restante dos manifestantes são cidadãos de diferentes profissões.
Patrola afirma que "ir à guerra", para ele, é não aceitar o resultado, mas não descreve exatamente como isso poderia se desenrolar, já que ele próprio diz não apoiar um golpe militar. Ele diz aguardar que o presidente anuncie a solução.
"Os protestos estão sendo feitos por caminhoneiros revoltados, que não aceitam perder, e por empresários - nos locais você só vê 'carrões' - que acreditam que vão perder algo com o governo Lula. Mas a democracia marcou presença ontem, é assim que funciona o jogo."