Selic a 15% provoca reação dura da base aliada do governo contra o Banco Central

Portal SBN
Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Selic a 15% provoca reação dura da base aliada do governo contra o Banco Central

Economia - Taxa Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa Selic para 15% ao ano, na reunião realizada na última quarta-feira (18/06/2025). Essa é a sétima alta consecutiva dos juros básicos da economia brasileira, que agora alcançam o maior patamar desde julho de 2006.

A decisão, tomada por unanimidade, representa o encerramento de um ciclo iniciado em setembro de 2024, quando a autoridade monetária abandonou os cortes e passou a adotar uma política de aperto monetário mais agressiva. Na época, a Selic estava em 10,50%. O objetivo, segundo o Banco Central, é conter a inflação persistente, especialmente no setor de alimentos, que tem pressionado a política econômica do governo do presidente Lula.

Selic a 15% provoca reação dura da base aliada do governo contra o Banco Central

A alta dos juros, no entanto, gerou fortes críticas no meio político, principalmente entre aliados do governo, que veem na medida um entrave ao crescimento econômico e à geração de empregos. “Indecente, proibitiva e desestimula investimentos produtivos”, afirmou o deputado Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara. Segundo ele, o atual cenário “transforma o Brasil no paraíso dos rentistas”.

Outro ponto de tensão está no impacto fiscal. O deputado Rogério Correia, presidente da Comissão de Finanças e Tributação, destacou que cada ponto percentual da Selic representa um custo adicional de R$ 38 bilhões ao erário, valor que, segundo ele, é transferido ao sistema financeiro e aos credores da dívida pública.

Mesmo com a nova elevação, o Copom sinalizou em comunicado que deve interromper o ciclo de alta, embora tenha reforçado que os juros continuarão altos por um “período bastante prolongado”. A decisão está baseada nas expectativas inflacionárias para os próximos anos, que seguem acima da meta. Segundo a pesquisa Focus, o mercado projeta inflação de 5,2% para 2025 e 4,5% para 2026, enquanto o próprio Copom estima 3,6% para 2026, ano considerado como horizonte relevante da política monetária.

O presidente Lula, que vinha adotando um tom mais moderado sobre o tema, já havia antecipado que não esperava uma queda imediata dos juros, embora tenha reafirmado sua confiança de que o Banco Central “logo tomaria a atitude correta”. Até o momento, a nova taxa de 15% não teve contestação formal por parte do Executivo.

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 29 e 30 de julho de 2025. O mercado seguirá atento aos próximos passos da autoridade monetária, em meio ao desafio de equilibrar inflação, crescimento e responsabilidade fiscal.

Portal SBN | Com informações | Brasil 247

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