Projeto “Cores Comunidades” cria novos significados para espaços urbanos de Vitória

Portal SBN
Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Projeto “Cores Comunidades” cria novos significados para espaços urbanos de Vitória

Cultura - Espírito Santo

Iniciativa do Coletivo de Cultura Cores que Acolhem leva luzes e colorido especial a escadarias e muros de diferentes regiões da cidade

Projeto “Cores Comunidades” cria novos significados para espaços urbanos de VitóriaQuem passar pelo bairro Santa Clara, pelo acesso ao Morro do Moscoso e pelo Barro Vermelho irá perceber um colorido diferente na paisagem dessas regiões de Vitória. Trata-se de um projeto de intervenção urbana desenvolvido pelo Coletivo de Cultura Cores que Acolhem, que acaba de entregar três murais artísticos, proporcionando novos significados a espaços que se encontravam degradados pelo tempo.

Intitulado “Cores Comunidades”, o projeto une cultura e educação por meio de pinturas artísticas de 500 m2, que revitalizam a Escadaria Santa Clara e os muros laterais da Escadaria do Moscoso, ambas no Centro de Vitória, além da Escadaria da Grécia, no bairro Barro Vermelho.

Selecionado pelo Edital de Projetos Lei Paulo Gustavo 2023 – Artes Integradas, da Secretaria de Estado da Cultura (Secult-ES), o projeto “Cores Comunidades” nasceu para atender aos inúmeros pedidos das comunidades, para que o Coletivo de Cultura Cores que Acolhem ampliasse o campo de atuação do projeto “Colorindo o Centro”. Realizada em 2022, a ação promoveu a pintura de mais de 2.560 m2 de murais que contam a história do Centro de Vitória, por meio de um edital da Prefeitura Municipal de Vitória.

Agora, em sua segunda edição, a iniciativa recebeu o nome de “Cores Comunidades” e teve como contrapartida a oferta de oficinas de pintura aos alunos com altas habilidades e superdotação da EMEF Álvaro de Castro Mattos, localizada em Jardim da Penha.

Projeto “Cores Comunidades” cria novos significados para espaços urbanos de VitóriaIntegrantes do Grupo Porão a Sonhar, os estudantes participaram de duas oficinas, com 25 vagas e duração de quatro horas cada uma, onde acompanharam de perto o processo criativo e aprenderam novas técnicas de pintura, colaborando para o resgate da história e das memórias dos territórios atendidos.

A equipe de muralistas foi composta pela artista e ilustradora Thais Cordeiro e pelos artistas Renata Nunes e Israel Scárdua. O coordenador do Coletivo de Cultura Cores que Acolhem, Stefan Marques, explica que o projeto nasceu do desejo de levar luz e cor a ambientes de grande visibilidade e rotatividade de pessoas, aproximando o munícipe dos elementos da cultura e da história local. “Usamos o muralismo como forma de democratizar a cultura, criando espaços que venham a se tornar pontos de visitação e de interação na cidade”, comenta.

Escadaria da Grécia

Cada um dos murais foi pintado a partir de um processo de escuta dos membros do coletivo junto aos moradores. A proposta para a Escadaria da Grécia foi criada em conjunto com a Associação de Moradores do Barro Vermelho e a artista e moradora Celeneh, e traz para as paredes da escadaria uma vila grega com casas e onde a força do mar é celebrada através da figura do Deus grego “Poseidon”.

Os olhos gregos também não foram esquecidos e parecem flutuar pela estrutura da escadaria, com a prevalência de tons azuis e brancos, lembrando a bandeira da Grécia, numa homenagem à comunidade grega cuja presença se relaciona com a história do bairro.

Escadaria do Moscoso

Projeto “Cores Comunidades” cria novos significados para espaços urbanos de VitóriaPor sua vez, os muros laterais da escadaria do morro do Moscoso, no Centro de Vitória, ganharam cores que retratam a primeira fonte que abastecia a região, as primeiras lavadeiras da comunidade e o sapateiro Valdecir, que tornou a sapataria Toc conhecida em todo o Brasil.

A arte traz também uma homenagem à Dona Olga, figura muito querida pela comunidade e que fazia o catecismo das crianças da região. E o samba, presente no dia a dia do morro, está simbolizado em painéis pintados com as cores das escolas de samba Acadêmicos do Moscoso e Lira do Moscoso, que emocionaram os moradores.
Para desenvolver o mural, os artistas recolheram histórias sobre o território a partir do relato de lideranças comunitárias e moradores.

Escadaria Santa Clara

O mural da Escadaria Santa Clara também contou com a participação da comunidade local, que propôs uma homenagem à santa que dá nome ao local.

A partir da ideia original, os artistas transformaram o espaço num grande jardim de Santa Clara, com paredes repletas de pássaros e flores, além das figuras de São Francisco e de Santa Clara.

Na parede central, uma frase impactante de Santa Clara deixa uma linda mensagem aos que por ali passam: “Devo florir onde o Senhor me plantar”.

Vínculos sociais

Projeto “Cores Comunidades” cria novos significados para espaços urbanos de VitóriaPara Renata Nunes, responsável pela área artística do coletivo, o muralismo é uma vertente das artes que está diretamente relacionada aos mais diferentes estilos de vida e experiências das pessoas que o praticam. Além disso, é responsável por promover algo cada vez mais raro na sociedade contemporânea: a aproximação entre classes sociais distintas, incluindo as regiões centrais e periféricas, de modo a estabelecer vínculos culturais para além de territórios. “O reconhecimento do trabalho executado pelos muralistas, por parte dos munícipes, faz com que os murais se tornem atrativos turísticos, seja pela produção d e fotografias por quem visita a cidade ou por sua reprodução em diversos meios de comunicação”, observa.

SOBRE O COLETIVO DE CULTURA CORES QUE ACOLHEM:

O Projeto Cores que Acolhem nasceu em 2017 como um coletivo de cultura do bairro de Jardim da Penha, em Vitória. O grupo é formado por mais de 15 produtores culturais com as mais diversas formações: gestão de projetos, administração, direito, educação social, artes plásticas, audiovisual, música, teatro, dança, economia criativa, artesanato e até mesmo medicina.

Nesses oito anos de atividades, o Cores que Acolhem foi premiado como melhor projeto de arte contemporânea pela Lei João Bananeira, do município de Cariacica, pela ação que revitalizou o terminal de passageiros da Ceturb, em Itacibá, contando a história do folclore daquele município. Além disso, o grupo fez o mural do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) – Campus Viana e pintou mais de cinco mil metros de murais na Grande Vitória, nos municípios de Cariacica, Serra e Vitória.

Projeto “Cores Comunidades” cria novos significados para espaços urbanos de VitóriaEm 2022, o Projeto Cores que Acolhem – Edição Colorindo o Centro de Vitória pintou mais de 2,5 mil metros de murais no Centro histórico da Capital, criando um corredor de arte a céu aberto que percorre os espaços públicos do bairro. O projeto foi selecionado pelo Edital 004/2021 – Seleção de Proposta de Intervenção Artístico-Urbana, da Prefeitura Municipal de Vitória, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, com recursos da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc.

O conjunto de murais finalizados pela equipe do projeto compreende a Rua Graciano Neves, a estação de força da EDP, o Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, a Praça da Fonte Grande, a quadra da escola de samba Unidos da Piedade, a Praça Irmã Josefa Hosanah, o muro da Cesan, a Escadaria Ranulpho Gianordoli, a Escadaria do Rosário, o Caminho da Fonte de São Projeto “Cores Comunidades” cria novos significados para espaços urbanos de VitóriaBenedito e a obra “Marias do Centro”, em homenagem a cinco mulheres eternizadas na vida cultural do Espírito Santo: Maria Ortiz (1604-1646), Maria Verônica da Pas (1948-1996), Maria Stella de Novaes (1894-1981), Carmélia Maria de Souza (1936-1974) e Maria Saraiva, uma das mais tradicionais figuras populares de Vitória no final do século XIX, falecida em 1912.

Fazem parte do portfólio do grupo trabalhos artísticos para o Instituto Unimed, Associação Capixaba contra o Câncer Infantil (ACACCI), Parque Botânico da Vale, Prefeitura Municipal de Vitória, Supermercado Canguru e Prefeitura Municipal de Cariacica, entre outros.

Paralelamente, o Cores que Acolhem possui um trabalho de referência voltado para crianças com altas habilidades e superdotação, por meio da educação e da cultura, juntamente com a escola municipal Álvaro de Castro Mattos, em Jardim da Penha.

Projeto “Cores Comunidades” cria novos significados para espaços urbanos de Vitória

Projeto “Cores Comunidades” cria novos significados para espaços urbanos de Vitória

Projeto “Cores Comunidades” cria novos significados para espaços urbanos de Vitória

Projeto “Cores Comunidades” cria novos significados para espaços urbanos de Vitória

PORTAL  SBN | SISTEMA BRASILEIRO DE NOTÍCIAS

Últimas da Bahia

Veja Mais +