Educação Professores e servidores da Ufes e Ifes estão em greve

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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Educação Professores e servidores da Ufes e Ifes estão em greve

Educação - Espírito Santo

Os professores e servidores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) estão em greve. A Ufes iniciou o movimento na manhã desta segunda-feira (15/4). Por volta de 7h, os docentes bloquearam a entrada da campus em Goiabeiras, em Vitória, com cartazes. Já o Ifes iniciou a greve na terça-feira (9). A universidade e o instituto ainda não divulgaram quantos alunos foram afetados.

As aulas e todas as atividades presenciais no campus da Ufes de Goiabeiras foram suspensas nesta segunda por causa da greve. As atividades do campus de Maruípe também serão suspensas, no turno vespertino. Até o momento, os acessos aos campi de Alegre, Maruípe e São Mateus estão liberados.

O Ifes informou que das 23 unidades, duas estão com as aulas suspensas. Entre elas o campus de Viana , na Grande Vitória, e o campus Centro-Serrano, que fica em Santa Maria de Jetibá.

O instituto reforçou que ainda não foi possível mensurar a adesão dos servidores à greve e informou que as unidades não têm registro de bloqueios.
 

Motivos da greve
 
A mobilização é nacional e tem reivindicações dirigidas ao Governo Federal para melhorias nas carreiras docente e técnico-administrativa da área de educação.

As principais reivindicações dos servidores são a reestruturação das carreiras e a recomposição salarial.

A reivindicação é para 22,71% de reajuste, dividido em três parcelas iguais em 2024, 2025 e 2026. Já o governo federal propõe reajuste zero para este ano, e dois reajustes de 4,5% em 2025 e 2026.

Outras exigências feitas pelos docentes é a equiparação dos benefícios e auxílios oferecidos ao Legislativo e Judiciário.

Alunos e professores da Escola Municipal de Ensino Fundamental Experimental de Vitória, que funciona dentro da Ufes, disseram que a unidade foi impedida de funcionar devido ao bloqueio da entrada da universidade.
 

Portões bloqueados na Ufes
 
O professor da Ufes Rafael Belan, que participa do movimento, conversou ao vivo com a equipe de reportagem no Bom Dia Espírito Santo e explicou sobre o primeiro ato da greve iniciado nesta segunda.
 

"As reinvindicações tocam vários pontos, o principal é a precarização do trabalho docente, perdas salariais muito intensas na casa dos 27%. Foram vários meses de negociação com o Governo Federal, mas o apontamento foi de zero de reajuste salarial. Então dado esse contexto, agora a gente se soma ao movimento nacional reivindicando também o orçamento das universidades federais. A gente está em 2024 com orçamento na margem de 2010. Isso vai dificultando muito que as atividades sejam realizadas", disse o professor.

Alguns professores e servidores da Ufes foram para Brasília para reforçar o pedido dos docentes. A deliberação pela greve foi tomada durante uma assembleia sindical na semana anterior.

"A greve é uma ferramenta, não que a gente possa prejudicar a vida de ninguém. É para que a gente possa defender a universidade pública que a gente almeja, que é uma universidade pública com condições de realizar suas atividades", pontuou o professor Belan.
 

O que dizem a Ufes e o Ifes
 
Ufes

A Ufes comunicou no site oficial da universidade que uma reunião foi realizada na semana passada com a diretoria da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), na qual também se conversou sobre a paralisação e que em nenhum momento a gestão da universidade foi comunicada sobre os bloqueios no campus.

A Ufes informou ainda que a ação prejudica não só a circulação dentro do campus, mas também impede o funcionamento do Restaurante Universitário, em Goiabeiras, o fornecimento de refeições para o campus de Maruípe, e demais serviços, como agências bancárias, cantinas etc.

Disse ainda que uma reunião com representantes da Adufes, que estava marcada para a manhã desta segunda, foi suspensa.

A Administração Central da Ufes reafirmou que dará sequência ao diálogo com o comando local de greve e manterá a comunidade universitária informada.
 
À comunidade universitária e à comunidade em geral, a Administração Central da Ufes afirmou que reconhece a legitimidade do movimento e das pautas apresentadas pela categoria em nível nacional, mas atuará para que, durante a paralisação, o processo seja conduzido de forma a minimizar ao máximo os impactos para estudantes, técnicos, docentes e para a sociedade.

Ifes

O Ifes disse que foi comunicado oficialmente sobre a deflagração da greve e que há uma reunião agendada entre a gestão do Instituto e o comando de greve para a próxima terça-feira (16/4), às 10h, com o objetivo de tratar as questões relacionadas ao movimento grevista.

O Ifes pontuou que respeita o direito de greve e reiterou à sociedade que a deflagração do movimento grevista é uma decisão coletiva, da categoria profissional, definida em assembleia organizada pela entidade sindical.

Logo, a decisão sobre a paralisação ou não das atividades nas unidades e na reitoria do Ifes não é de competência institucional, e poderá haver diferentes percentuais de adesão ao movimento em cada unidade.

A instituição garantiu que quaisquer prejuízos às atividades letivas e administrativas deverão ser compensados posteriormente. Os serviços considerados essenciais e inadiáveis continuarão sendo oferecidos, conforme determinado pelo comando de greve.
 

Ministério da Educação
 
O Ministério da Educação (MEC) disse que está se esforçando para buscar alternativas de valorização dos servidores da educação, atento ao diálogo franco e respeitoso com as categorias.

Na quinta-feira (11) uma reunião com a Mesa Setorial de Negociação Permanente no âmbito do MEC (MSNP-MEC), foi realizada para negociações com a participação de cinco entidades sindicais.
 
No ano passado, o governo federal promoveu reajuste de 9% para todos os servidores. Equipes da pasta vêm participando da mesa nacional de negociação e das mesas específicas de técnicos e docentes instituídas pelo MGI, e da mesa setorial que trata de condições de trabalho.

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