Divórcio cinza: pessoas 50+ são as que mais se separam

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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Divórcio cinza: pessoas 50+ são as que mais se separam

Estilo De Vida - Divórcio Cinza

O divórcio no Brasil vem mudando de perfil. Nos últimos anos, aumentou significativamente a taxa de separações entre pessoas com 50 anos ou mais, fenômeno conhecido como “divórcio cinza”. Dados do IBGE apontam que cerca de 30% dos divórcios recentes envolveram pessoas nessa faixa etária, um salto em relação aos menos de 10% registrados em 2010.

Para a psicóloga e psicanalista Mariana Weigert de Azevedo, esse aumento não é surpreendente. “Com a maior longevidade, as pessoas passam a avaliar melhor suas relações. O casamento deixa de ser visto apenas como obrigação e se torna um espaço em que a satisfação emocional passa a ter peso central”, afirma Mariana.

Outro fator que contribui é a independência financeira feminina. “Mulheres com estabilidade econômica e filhos adultos têm mais liberdade para tomar decisões que promovam seu bem-estar, inclusive se separar. Isso não significa fracasso, mas coragem de buscar uma vida mais autêntica”, explica a especialista.

A busca por realização pessoal também impulsiona o divórcio nessa fase. Segundo Mariana, “após décadas de casamento, muitas pessoas percebem que sonhos e projetos foram adiados. O divórcio pode representar a chance de se reconectar consigo mesmas, investir em autoconhecimento e explorar novos caminhos”.

A mudança nos valores sociais também é relevante. O divórcio deixou de ser um tabu e passou a ser encarado como uma alternativa legítima para casamentos infelizes. “Hoje, separar-se não é estigma, é uma decisão que busca preservar a saúde emocional e o respeito aos próprios limites”, ressalta Mariana.

Apesar do potencial de novos começos, o divórcio cinza exige planejamento jurídico e financeiro cuidadoso, incluindo partilha de bens, pensão e sucessão. “É um momento que pede atenção e acompanhamento, mas também pode ser transformador se vivido com consciência e responsabilidade”, conclui Mariana Weigert de Azevedo.

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