Como o cérebro aprende com os padrões de linguagens?

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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Como o cérebro aprende com os padrões de linguagens?

Para os alunos adultos, o desafio da aprendizagem é muito mais difícil para o seu cérebro obter dados suficientes, e o tipo certo de dados
Educação - Ciência

Aprender é algo que os humanos fazem naturalmente, muitas vezes sem perceber, e nossos cérebros vêm equipados com várias ferramentas de descoberta de padrões para nos ajudar a começar a aprender desde o momento em que nascemos. Como, por exemplo, quando os pais ensinam as palavras para os bebês. Eles vão aprendendo pela repetição e relacionando tudo com as "coisas" novas, para então começar a falar. E o aprendizado de idiomas não é diferente. Mas, você sabe como tudo isso realmente acontece no nosso cérebro?

Uma das mais poderosas ferramentas de aprendizado é chamada de aprendizado estatístico, e funciona nos bastidores para transformar nossos cérebros em um dos melhores computadores existentes. No aprendizado estatístico, seu cérebro observa e conta o que está acontecendo ao seu redor, seja ouvindo um idioma, ouvindo música ou observando o ambiente. Ao calcular com que periodicidade uma coisa acontece antes ou depois de outra, seu cérebro aprende com que frequência diferentes combinações acontecem juntas – e se algumas coisas sempre ocorrem juntas, elas podem formar uma unidade que será importante você se lembrar.

O rastreamento de padrões, como o aprendizado estatístico, está tão integrado ao funcionamento do nosso cérebro que nem percebemos que estamos fazendo isso. Como nosso cérebro não avisa o que aprendeu ou em quais hipóteses está trabalhando a partir de todas essas estatísticas, muitas vezes nos parece um palpite ou instinto de que algo se encaixa ou parece ser o padrão certo. Afinal, nossos pensamentos e ações são espontâneos e nem sempre paramos para pensar como fazemos ou sabemos das coisas, certo? É uma sensação!

Sempre que seu cérebro pensa que pode haver um padrão nos dados, ele começa a trabalhar analisando-o... e seu cérebro está sempre observando! A música, por exemplo, tem seu próprio tipo de "gramática" musical, e nossos cérebros são construídos para essa análise estatística de padrão. Então você não ficará surpreso se seu cérebro também analisar padrões de linguagem! A linguagem é só mais um tipo de dado ao qual seu cérebro presta muita atenção, e há muitos tipos de subpartes da linguagem para rastrear e analisar.

No seu próprio idioma o cérebro rastreia ocorrências frequentes - ou que ocorrem juntas. Ele então conta com que frequência uma coisa segue a outra e calcula as probabilidades de transição para entender o que é provável que componha palavras e frases. E uma curiosidade: os modelos de IA também fazem isso!

Mesmo que você não esteja ciente dessas regras, elas são padrões que seu cérebro acompanha desde a infância e você os usa todos os dias. Seu cérebro também faz o mesmo tipo de rastreamento e análise no idioma que você está aprendendo.

Para os alunos adultos, o desafio da aprendizagem é muito mais difícil para o seu cérebro obter dados suficientes, e o tipo certo de dados, para aprender os padrões. Na sua própria língua, você teve anos para acumular uma enorme "biblioteca mental" de todas as formas como as palavras são usadas. Mas, para uma nova língua, a maioria dos adultos obtém apenas alguns dados de cada vez. Isso torna difícil para o seu cérebro rastrear todos os padrões que você precisa saber em seu novo idioma! Mas, calma que não é impossível e existem dicas para facilitar a jornada de aprendizado.

É por isso que é tão importante desenvolver fortes hábitos de estudo e encontrar maneiras de praticar o novo idioma todos os dias. Você pode fazer aulas no Duolingo e obter esses valiosos dados linguísticos da maneira que mais gosta, como também através de música, TV e filmes, e até mesmo videogames.

Você pode até se surpreender com o poder das máquinas atuais, mas seu cérebro é a mais avançada IA! Nos bastidores, seu cérebro conta, rastreia e analisa tudo ao seu redor – incluindo a linguagem. Ele aprendeu os padrões complicados que você usa em seu próprio idioma todos os dias e também está trabalhando duro para descobrir esses padrões no novo idioma que está aprendendo. Então não tenha medo de dar o que ele quer: mais dados!

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