Psicólogo é achado morto em Guarapari; paciente é preso e confessa o crime
Um psicólogo foi encontrado morto dentro do próprio apartamento em Guarapari, na Grande Vitória, neste domingo (13/10). Silvestre Falcão Santana era conhecido pelo trabalho com dependentes químicos e comunidades terapêuticas. Marcelo Souza Moreira foi preso nesta segunda-feira (14) e confessou o crime. Ele era paciente de Silvestre.
O crime aconteceu na Praia do Morro, um dos principais bairros da cidade e que tem forte apelo turístico. O corpo de Silvestre apresentava lesões nas costas, nuca e pescoço.
Segundo a polícia, os dois foram vistos juntos na sexta-feira (11). No mesmo dia, vizinhos relataram que ouviram uma briga e gritos vindos da casa de Silvestre. De acordo com a investigação, o psicólogo deve ter morrido cerca de dois dias antes de ser encontrado.
Uma pessoa que se identificou aos militares como filho de consideração de Silvestre disse que o psicólogo costumava passar os finais de semana no apartamento.
A pessoa relatou ainda que Silvestre era proprietário de uma comunidade terapêutica no município da Serra, na Grande Vitória, e que costumava levar pacientes diferentes para fazer companhia.
A Secretaria Estadual de Saúde informou que a comunidade terapêutica estava licenciada para funcionamento.
Prisão do suspeito
Marcelo Souza Moreira, suspeito de cometer o crime, foi preso utilizando o carro da vítima. Ele era paciente de Silvestre. A prisão aconteceu nesta segunda no bairro Interlagos, em Vila Velha.
O Marcelo foi encontrado após câmeras do cerco eletrônico identificarem o veículo roubado. A namorada e uma tia dela estavam com ele, além de uma adolescente de 14 anos e uma criança de 1 ano. As duas adultas afirmaram que não sabiam o que havia acontecido com o psicólogo.
"O suspeito não esboçou qualquer tipo de reação para abordagem da equipe. Ele ficou de forma bem tranquila, a equipe deu voz de prisão pelo fato de ele estar com o veículo produto de furto e roubo e durante a detenção o indivíduo afirmou ser o autor do homicídio", explicou o Capitão Rian da Polícia Militar.
Questionado pelos militares, sobre o veículo, Marcelo informou que era de um tio. Com ele, foram encontrados uma bolsa com diversos cartões de Silvestre, chaves, celular, cordão, pulseira, relógio e mais de R$ 1.400 em dinheiro.
Tanto Marcelo quanto as duas mulheres foram encaminhados para a Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Guarapari. A adolescente e a criança foram entregues a uma tia que se apresentou na delegacia.
O carro de Silvestre, uma caminhonete Hillux, foi apreendido pela Polícia Civil e a perícia foi acionada.
O g1 não conseguiu localizar a defesa de Marcelo.
Trabalho com dependentes químicos
O psicólogo era presidente da Federação das Comunidades Terapêuticas do Espírito Santo, responsável pela Pequena Comunidade de Jesus (PCJ), na Serra, Grande Vitória.
De acordo com amigos, o psicólogo era conhecido pelo trabalho com dependentes químicos, tinha pós-doutorado na área e escreveu três livros sobre seu principal tema de estudo.
Em nota, o Conselho Regional de Psicologia do Espírito Santo se solidarizou com familiares e amigos de Silvestre e cobrou investigações para que medidas cabíveis sejam tomadas.
O corpo de Silvestre foi enterrado nesta segunda-feira (14), em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo.