Pé achado no Everest pode encerrar caso de sumiço de alpinista após 100 anos

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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Pé achado no Everest pode encerrar caso de sumiço de alpinista após 100 anos

Mundo - Mistério

Um pé que acredita-se pertencer a um alpinista britânico desaparecido há 100 anos foi encontrado no Monte Everest — uma descoberta que pode solucionar um dos maiores mistérios do alpinismo.

Andrew Comyn "Sandy" Irvine havia tentado escalar o Everest em junho de 1924 com seu parceiro George Mallory, quando os dois desapareceram. Embora os restos mortais de Mallory tenham sido recuperados, o corpo de Irvine nunca foi descoberto.

Mas, no mês passado, uma equipe de alpinistas que filmava um documentário da National Geographic se deparou com o pé, exposto pelo derretimento do gelo em uma geleira.

O conhecido aventureiro Jimmy Chin, que liderou a equipe, saudou a descoberta como um "momento monumental e emocionante".

Muitos se perguntam se sua equipe conseguiu se tornar a primeira a chegar ao cume do Everest, 29 anos antes de Edmund Hillary e Tenzing Norgay chegarem ao topo.

Ao longo dos anos, algumas pessoas tentaram procurar o corpo de Irvine, já que se dizia que ele carregava uma câmera com filme não revelado que poderia provar que ele e seu parceiro de escalada, George Mallory, haviam alcançado o feito.

As autoridades britânicas estão verificando agora a identidade do pé por meio de uma amostra de DNA, de acordo com uma reportagem da National Geographic. A BBC pediu ao Departamento de Relações Exteriores, Commonwealth e Desenvolvimento para comentar.

Mas a equipe de filmagem está bastante confiante de que o pé pertence a Irvine, pois a meia encontrada dentro da bota está bordada com as palavras "A.C. Irvine".

"Quero dizer, cara... tem uma etiqueta nela", Chin foi citado como tendo dito.

 Pé achado no Everest pode encerrar caso de sumiço de alpinista após 100 anosA descoberta foi feita quando a equipe descia a geleira Central Rongbuk pela face norte do Everest em setembro.

Ao longo do caminho, encontraram um cilindro de oxigênio marcado com o ano de 1933. Uma expedição ao Everest naquele ano encontrou um item que pertencia a Irvine.

Entusiasmada com este possível sinal de que o corpo de Irvine poderia estar por perto, a equipe fez uma busca na geleira por vários dias, até que um deles avistou a bota emergindo do gelo derretido.

Foi um achado fortuito — eles estimam que o gelo só havia derretido uma semana antes da descoberta.

Desde então, o pé foi removido devido ao receio de que corvos o estivessem importunando, de acordo com reportagens, e entregue às autoridades chinesas de montanhismo responsáveis pela face norte do Everest.

Julie Summers, descendente de Irvine, afirmou em comunicado que "caiu no choro" quando Chin contou a ela sobre a descoberta.

"Foi e continuará sendo um momento extraordinário e comovente."
 
 Pé achado no Everest pode encerrar caso de sumiço de alpinista após 100 anos"Às vezes, na vida, as maiores descobertas ocorrem quando você nem está olhando. Este foi um momento monumental e emocionante para nós e para toda a nossa equipe em campo, e esperamos que isso possa finalmente trazer paz de espírito para seus familiares e para o mundo do alpinismo em geral", declarou Chin, que é conhecido por ter feito o documentário Free Solo, vencedor do Oscar.

Com 22 anos quando desapareceu, Irvine era o membro mais jovem de uma expedição que intrigou o mundo do montanhismo durante um século.

Ele e Mallory foram vistos com vida pela última vez em 8 de junho de 1924, quando partiam para o pico do Everest.

O corpo de Mallory só seria encontrado em 1999 por um alpinista americano. Nas últimas décadas, a busca pelos restos mortais dos alpinistas foi cercada de controvérsias em meio a suspeitas de que os corpos tivessem sido movidos.

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