'Não é culpado': horas antes de execução em caso de pena de morte nos EUA, testemunha diz que mentiu
Um homem preso pelo assassinato de uma mãe de três filhos, na Carolina do Sul, tem a execução marcada para esta sexta-feira, apesar de uma testemunha-chave do caso ter revelado que ele não estava presente no dia do crime.
Freddie Owens, de 46 anos, foi considerado culpado pela morte de Irene Grainger Graves, aos 41 anos, que foi baleada na cabeça durante um assalto na loja onde ela trabalhava em 1997. Ele foi condenado à pena de morte dois anos depois. Agora, apenas horas antes da execução marcada, o co-réu dele, Steven Golden, assinou uma declaração afirmando que Owens não atirou em Irene e não estava presente na noite do roubo.
Golden afirmou que foi pressionado pelos detetives a dizer que Owens estava com ele durante o assalto. Ele disse que estava com medo de receber a pena de morte, e por isso, "substituiu Freddie" por quem de fato estava com ele na noite do crime. Owens sempre manteve que não tinha saído de casa neste dia.
"Fiz isso porque sabia que era isso que a polícia queria que eu dissesse, e também porque pensei que o verdadeiro atirador ou seus associados poderiam me matar se eu o denunciasse à polícia. Ainda tenho medo disso. Mas Freddie não estava lá, na verdade."
Na época, Golden assinou um acordo judicial para testemunhar contra Owens e evitar a pena de morte. Ele foi condenado a 28 anos de prisão.
Apesar das dúvidas sobre a participação de Owens, a suprema corte da Carolina do Sul se recusou a interromper a execução. Se autorizada, esta será a primeira morte por injeção letal no estado em 14 anos, após problemas com o fornecedor da substância.
"Este novo depoimento é totalmente inconsistente com o depoimento de Golden no julgamento de Owens em 1999, no primeiro julgamento de nova sentença em 2003 e na declaração que ele deu aos policiais imediatamente após participar da prática dos crimes em 1997", diz a ordem judicial que negou a moção movida por Golden.
O tribunal também afirmou que Owens havia confessado o crime a cinco pessoas, entre elas, uma namorada e dois policiais.
Segundo o Departamento de Correções dos EUA, Owens poderia escolher entre injeção letal, cadeira elétrica e pelotão de fuzilamento. Ele concedeu o poder de decisão à advogada, que selecionou a injeção.
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