Mulher acusa médico de tê-la estuprado em clínica pública de Nova Venécia
O fato teria ocorrido no último dia (25/05/2022) enquanto a paciente era atendida em uma unidade da Rede Cuidar, conforme relatou a vítima na Delegacia de Nova Venécia.Uma mulher denunciou um suposto caso de estupro praticado por um médico que atua em uma unidade pública do Norte do Espírito Santo. O fato teria ocorrido durante a consulta, no momento em que ela era examinada, na última quarta-feira (25/05/2022). O registro policial foi feito na sexta-feira (27/05/2022) na Delegacia de Nova Venécia.
A Polícia Civil, por nota, informou que o caso está sob investigação da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Nova Venécia. Por se tratar de uma investigação que corre em segredo de Justiça, a PC disse que “detalhes não serão divulgados”.
O atendimento da mulher, cujo nome não está sendo divulgado por ela ser uma vítima, aconteceu na Rede Cuidar de Nova Venécia. Trata-se de uma unidade de especialidades clínicas administrada pelo Consórcio Público da Região Norte do Espírito Santo (CIM Norte), da qual fazem parte 13 cidades.
COMO ACONTECEU O SUPOSTO ESTUPRO
Segundo o relato constante no boletim de ocorrência policial a que A Gazeta teve acesso, a mulher relata que foi em busca de um atendimento de especialidade por apresentar alguns sintomas. Ela informa que foi bem atendida, que o médico lhe deu alguns conselhos, e que chegou até a chorar durante a consulta.
A paciente explica ainda que contou ao médico que estava há nove anos separada, momento em que ele disse: "Você tem uma máquina parada", ao se referir a vida sexual da paciente.
Na sequência, ela relata no boletim policial que foi encaminhada a uma maca, para ser examinada, e que ao deitar o médico começou a tocar a sua barriga.
O documento narra: “E de repente, foi com a mão em sua vagina e passou a mão no órgão genital”. Foi quando a paciente pediu ao médico que parasse, o que ele fez e em seguida também pediu desculpas.
Acrescentou também que, ao chegar em casa, “se lavou muito por sentir-se mal”. Informa que “chorou muito devido sentir muita dor ao relembrar” e ainda que não entende o que aconteceu, “pois não deu brecha para o médico fazer tal ato”. Afirmou sentir medo de que o médico possa fazer algo contra ela após fazer a denúncia.
Ela finalizou informando que um funcionário da Rede Cuidar tentou entrar em contato com ela, mas que preferiu manter-se afastada. Solicitou ainda na delegacia uma medida protetiva. A reportagem entrou em contato com a vítima, que informou que não gostaria de voltar a se manifestar sobre o assunto.
O médico não teve o seu nome revelado na reportagem por se tratar de uma investigação que ainda está em fase inicial pela Polícia Civil.
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que não foi comunicada sobre o fato e que solicitou a apuração estrita da denúncia. A pasta explicou ainda que a gestão da Rede Cuidar pertence ao consórcio de municípios, e que a Sesa apenas paga pelos serviços por eles oferecidos.
O Consórcio Público da Região Norte do Espírito Santo (CIM Norte), responsável pela unidade, informou que não tinha sido comunicado do fato e que, no dia em questão, contava com quatro médicos trabalhando na especialidade em que a mulher se consultou.
A gestão do consórcio afirmou que os profissionais são contratados de uma empresa prestadora de serviços médicos, que será notificada para prestar esclarecimentos.
O Conselho Regional de Medicina, seção Espírito Santo (CRM-ES), informou, por nota, que “as sindicâncias e processos éticos-profissionais correm em segredo de Justiça”. E sobre o número de denúncias recebidas pelo Conselho sobre o assunto, informou que não faz este tipo de levantamento.
A reportagem também tentou contato com o médico, mas ele não atendeu às ligações.
PORTAL SBN | POR A GAZETA