Mariana, 10 anos: como está a comunidade destruída pela lama, uma década depois
Dez anos depois de ser atingido por uma avalanche de rejeitos de mineração da barragem de Fundão, da Samarco, o subdistrito de Bento Rodrigues se tornou uma "cidade-fantasma".
A lama, que matou 19 pessoas e contaminou o Rio Doce, também soterrou histórias de famílias que viviam na comunidade.
Álbuns de fotos, receitas herdadas de outras gerações e plantações cultivadas com cuidado se perderam no dia 5 de novembro de 2015.
Dos mais de três séculos de Bento, restaram apenas destroços, ruínas tomadas por mato e silêncio, além de muitas memórias.
"O nosso sonho é que retirem a lama, porque ela não é nossa, ela não nos pertence, não fomos nós que a colocamos aqui. Onde ela vai ser colocada? Não nos interessa, mas que essa lama não permaneça no território, que esse território continue sendo nosso. Porque a nossa casa, a casa da minha mãe, a casa das minhas tias, não estavam com placa de venda", disse a assessora técnica Mônica dos Santos, antiga moradora.
Para os moradores que foram obrigados a deixar a comunidade e realocados em casas construídas em outra área, nada substitui o velho Bento.
"Meu coração dói. Nós tínhamos uma vida de paraíso", lamentou o aposentado José do Nascimento de Jesus.
Veja fotos de como está o antigo subdistrito de Bento Rodrigues hoje:










