Haddad confirma salário mínimo de R$ 1.502 em 2025 e nova meta fiscal

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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Haddad confirma salário mínimo de R$ 1.502 em 2025 e nova meta fiscal

Economia - Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a meta do governo Lula 3 é de ter déficit zero em 2025 e que o salário mínimo deve ser de R$ 1.502 no próximo ano. Os dados foram antecipados pelo Blog do Gerson Camarotti.

"Até me explicar aqui: nós não costumamos antecipar os dados da LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] antes da entrevista oficial, mas vazaram estes dois dados. Eu até me desculpo por estar falando disso antes das 17h que o horário é combinado, mas sim, os dados são esses", disse Haddad.
 
O projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias que será apresentado nesta segunda-feira (15/4) vai prever salário mínimo de R$ 1.502 e meta de déficit zero para 2025 -- e não mais de superávit, como previsto até o ano passado.

Questionado sobre se decisões econômicas recentes do Congresso Nacional não ajudaram tanto o governo federal quanto decisões do ano passado, Haddad elogiou o fato de os parlamentares terem tido "coragem de enfrentar temas espinhosos e contrariar interesses e lobbies estabelecidos" ao longo de 2023.

"Não é fácil. A medida provisória do finalzinho do ano [sobre déficit zero] foi menos bem recebida do que as medidas do ano passado. É da vida, da democracia, mas nós precisamos discutir seriamente esses casos para continuar na trilha de, ao equilibrar as contas, permitir que os juros caiam, permitir que o crescimento seja mais robusto", disse.

Segundo o ministro, é necessário que o governo Lula continue trabalhando com o Congresso em busca "tanto de menor despesa quanto de recomposição de receitas".

Haddad destacou o fato de o Brasil estar "crescendo sem inflação" e citou o resultado de 0,16% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em março, enquanto os Estados Unidos registraram aumento de 0,40% no mesmo período.
 

Reforma tributária
 
Questionado sobre reforma tributária, o ministro disse ter se reunido na sexta-feira (13) com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e que sua equipe trabalhou no fim de semana para agilizar a redação final da proposta -- que deve ser apresentada nesta semana.

"Nós estamos fazendo tudo para a Casa Civil estar com esse texto na mão nas próximas horas e aí o presidente [Lula] decide como fazer a solenidade de entrega", disse. "Eu quero que esteja no Congresso o quanto antes".
 
Bastidores políticos
 
Questionado sobre o cenário político e a disputa entre oposição e governo Lula já pensando na próxima eleição presidencial, em 2026, Haddad afirmou que boatos e disputas políticas dos bastidores atrapalham e geram ruídos. Segundo ele, Lula não é imbatível em eleições polarizadas contra bolsonaristas, por exemplo.

"Nessa quadra histórica em que há espaço para o extremismo, não tem ninguém invencível de jeito nenhum, nem um lado, nem o outro. Essa cartada do Lula em 2022 de se unir ao centro para gahnar a eleição do Bolsonaro, é uma coisa que pode ter consequências duradouras sobretudo se o centro continuar compreendendo o que está em jogo, e se o próprio governo compreender os riscos que continua correndo", afirmou.

Crise na Petrobras
 
O ministro comentou a recente crise envolvendo o presidente de Petrobras, Jean Paul Prates, e o ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira. Prates foi mantido no posto após reuniões do presidente Lula justamente com Fernando Haddad.

"Quando você é chamado para colaborar num problema que surgiu, numa divergência, você leva um posicionamento técnico, você não leva 'eu sou a favor do Fla ou do Flu'. Você não entra no jogo porque você só vai piorar a situação. Você tem que entrar com argumentos racionais, técnicos, com dados, para que o governo forme o melhor juízo a respeito daquele problema", disse.
 
Haddad não comentou se haverá decisões da empresa que aumentem o valor dos combustíveis, como a paridade de valor do barril de petróleo para definir o preço da gasolina, por exemplo. Segundo o ministro, o caixa atual da Petrobras é suficiente para honrar os investimentos já previstos.

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