Falsos médicos que faziam consultas gratuitas e vendas de óculos de baixa qualidade são presos

Portal SBN
Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Falsos médicos que faziam consultas gratuitas e vendas de óculos de baixa qualidade são presos

Polícia - Crime

Dois homens que atuavam como falsos oftalmologistas foram presos em flagrante por exercício ilegal da profissão nesta terça-feira (9) em Vitória. De acordo com a polícia, o instrutor de autoescola e o vendedor, que não tiveram os nomes divulgados, atraíam "pacientes" com a oferta de consultas grátis em mutirões de atendimento onde eles vendiam óculos de baixa qualidade por até R$ 500. Cerca de 900 pessoas de todo o estado foram lesadas.

A denúncia à polícia foi feita pelo Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) após a instituição verificar propagandas de atendimento grátis e vendas de óculos a preço de custo on-line.
 
De acordo com o delegado titular da Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon), Eduardo Passamani, a dupla foi presa em flagrante no bairro Ilha das Caieiras, na capital.

"No momento da abordagem, eles se identificaram como instrutor de autoescola e vendedor desempregado, que não tinha qualificação. Também identificamos documentos que indicaram que os dois estavam fazendo este serviço por intermédio de uma ótica, que já foi identificada", explicou o delegado.
 
Os proprietários da ótica também serão investigados pelo crime de propaganda enganosa por oferecerem o serviço por intermédio dos falsos médicos.

"A investigação vai continuar contra os responsáveis pela ótica, que estariam fomentando eles com óculos, com o material de uso médico que constava no local", acrescentou o delegado.
 
Além de exercício ilegal da profissão, a dupla vai responder por falsidade ideológica por apresentarem documentos falsos no atendimento aos pacientes.

Como aconteciam os golpes
 
Segundo o delegado, a ótica oferecia os materiais de uso exclusivo de médicos oftalmologistas à dupla, que faziam os atendimentos em parceria com igrejas e associações de moradores de todo o estado.

Os supostos médicos, então, faziam atendimentos gratuitos e, ao fim da consulta, incentivam a compra de um óculo de grau aos pacientes.

"A pessoa ia para uma consulta grátis e eles ofertavam o óculos. Só que a qualidade do óculos era muito discrepante. Isso porque era um modelo que você conseguiria comprar entre R$ 30 e R$ 40 na internet, mas eles eles vendiam por R$ 300, R$ 400 e até R$ 500", explicou o delegado.
 
Riscos para a saúde
 
De acordo com a conselheira do Conselho Regional de Medicina (CRM), Rochelle Pagani, os riscos vão além do prejuízo financeiro para as vítimas.

"Quando você faz a prescrição de um óculos num paciente que tem uma doença, você pode estar retardando o tratamento dessa doença e até levando à cegueira, o que acontece muitas vezes quando a gente recebe esses pacientes no consultório", explicou.
 
A profissional informou ainda que o conselho recebeu outras denúncias e vai intensificar a fiscalização para coibir esse crime.

"Vamos continuar fiscalizando e averiguar se há outras empresas também atuando nisso. Algumas denúncias estão chegando e nós vamos atuar bem enfaticamente para que a população não sofra esse dano que, às vezes, é irreversível, como a cegueira", finalizou.
 
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