Estudo revela perfil dos povos indígenas no Espírito Santo com destaque para Aracruz

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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Estudo revela perfil dos povos indígenas no Espírito Santo com destaque para Aracruz

Espírito Santo - Indígenas

Em alusão ao Dia dos Povos Indígenas, celebrado neste sábado (19/04/2025), o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) divulgou um levantamento que traça o perfil dos povos originários que vivem no Espírito Santo. O estudo, realizado pela Coordenação de Estudos Sociais (CES), detalha aspectos como distribuição geográfica, composição por gênero, escolaridade, infraestrutura e participação política.

Ao todo, 14.410 pessoas se autodeclaram indígenas no estado, o equivalente a 0,4% da população capixaba. A maioria vive no município de Aracruz, que concentra 51,5% desse total. Outros destaques são Serra (9,2%) e Vila Velha (6%). O estudo diferencia ainda localidades indígenas — agrupamentos em regiões específicas — das Terras Indígenas, que são oficialmente demarcadas. No Espírito Santo, 13 das 16 localidades identificadas estão em áreas reconhecidas oficialmente, o que representa 81,2%.

Segundo o levantamento, os povos presentes no estado descendem dos Tupiniquins, Guaranis, Botocudos, Aimorés (também conhecidos como Krenaks) e Pataxós. As mulheres indígenas representam 51,1% da população e exercem papel essencial na preservação da cultura, atuando na agricultura, na coleta e na transmissão dos saberes tradicionais.

O estudo revela que os jovens entre 15 e 29 anos são o maior grupo etário (22,3%), seguidos pelas crianças de até 14 anos (20,1%) e pelos idosos com 60 anos ou mais (16,2%).

Um dos indicadores mais relevantes é a taxa de alfabetização, que chega a 91% entre os indígenas com 15 anos ou mais — próxima ao índice dos não indígenas, de 94,4%. De acordo com o diretor-geral do IJSN, Pablo Lira, o dado sinaliza avanços no acesso ao ensino regular. O Espírito Santo também supera a média da região Sudeste na taxa bruta de frequência escolar: 26,1% contra 23,9%.

Apesar dos avanços, o levantamento reforça desigualdades no acesso à infraestrutura básica. O abastecimento de água atinge 79,9% da população indígena, contra 90,8% dos não indígenas. Já no esgotamento sanitário, 43% dos indígenas não têm acesso a sistemas adequados, frente a 17% entre os demais — uma diferença de 26 pontos percentuais.

Outro ponto de atenção é o processo de demarcação de terras: apenas 32,4% da população indígena brasileira vive em áreas oficialmente reconhecidas. E, embora historicamente ligados ao campo, 60,5% dos indígenas do Espírito Santo vivem em zonas urbanas, refletindo a realidade nacional (54%) e da região Sudeste (77,2%).

Por fim, o estudo aborda a presença indígena na política. Nas eleições de 2022 e 2024, 261 pessoas autodeclaradas indígenas foram eleitas no Brasil, sendo três no Espírito Santo. A publicação ressalta a importância de fortalecer a representação desses povos nos espaços de decisão e garantir políticas públicas que promovam sua autonomia, cultura e dignidade.

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