Empresário extorquido por vizinhos no ES: veja como família do crime agia
Com o dinheiro adquirido, a organização criminosa realizou compras de produto de luxo. Todos os bens foram bloqueados pela JustiçaProximidade, disfarce da voz, troca de mensagens e um golpe a longo prazo: assim agia a família acusada de extorquir um empresário de 68 anos, vítima de um prejuízo que chegou a R$ 1,4 milhão. Três dos quatro indivíduos presos são de uma mesma família, que havia recebido ajuda financeira do idoso há cerca de 20 anos. Com o dinheiro adquirido através do crime, a organização realizou compras de produto de luxo, entre eles dois carros - um Jeep Compass e um HB20 – e um apartamento em Cariacica. Todos os bens citados foram bloqueados pela Justiça.
Os quatro suspeitos vão responder por extorsão majorada – feita por mais de duas pessoas – e associação criminosa, conforme destacou a Polícia Civil. As penas, somadas, podem chegar a 15 anos de prisão. O delegado Gabriel Monteiro, titular do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), classificou o grupo como "perverso".
Mas como a família agia? Entenda ponto a ponto:
Proximidade
A família acusada do crime mora no bairro Morada de Laranjeiras, na Serra, assim como o idoso vítima do golpe. A vítima, que atua no ramo de transportes, era próxima das pessoas que integram a organização e chegou a emprestar dinheiro para a família há cerca de 20 anos.
Disfarce da voz
Para despistar a polícia e a própria vítima, os suspeitos utilizavam um aplicativo que alterava a voz durante ligações telefônicas. Os aparelhos celulares com os quais realizavam as ameaças também eram comprados em nome de pessoas sem envolvimento no esquema.
Fotos serviam como ameaça
Segundo a Polícia Civil, os criminosos tiravam fotos de locais específicos como forma de ameaça: endereço de trabalho do idoso e a escola onde as netas estudam, por exemplo. O grupo enviava mensagens dizendo que os traficantes de Cariacica iriam sequestrar a neta e a esposa da vítima caso ele não pagasse determinada quantia.
Troca de mensagens
A estratégia da organização consistia em enviar fotos e vídeos por meio de um aplicativo de mensagens, afirmando que matariam o idoso e os familiares dele em troca de dinheiro. Em uma das ameaças, os suspeitos utilizaram até a foto de uma pistola.
Golpe a longo prazo
O delegado Gabriel Monteiro explicou que o crime foi praticado por dois anos. No início, os suspeitos pediam R$ 10 mil. Mas o idoso já chegou a pagar R$ 100 mil de uma única vez.
Conforme divulgado pela corporação, o grupo, que atualmente está atrás das grades, era formado por quatro pessoas:
Jenifer Albano Oracio, de 35 anos (filha)
Keila de Souza Rangel, de 33 anos (amiga)
Diosef Oracio, de 37 anos (filho)
Marly Albano Oracio, de 58 anos (mãe)
Uma das filhas, Jenifer Albano Oracio, de 35 anos, é apontada pela corporação como a mentora das extorsões. Alguns empréstimos foram feitos pelo idoso para pagar a quadrilha, que exigia os valores via Pix ou em dinheiro em espécie.
Ainda conforme o delegado, a prisão do primeiro suspeito ocorreu no dia 15 de novembro de 2023. Após seis meses de investigação, foi possível conseguir os endereços de todos os envolvidos, mas apenas o filho de 37 anos acabou localizado. Questionado sobre o paradeiro das comparsas, ele não soube informar. As suspeitas foram detidas em uma pousada em Ponta da Fruta, em Vila Velha.
Portal SBN