Embaixada de Israel no Brasil repudia uso de gestos nazistas em atos em SC: 'preocupados com esse fenômeno'
Vídeos em redes sociais mostram gestos similares a saudação nazista em protesto contra resultado das eleições, em Santa Catarina; MP diz que não houve intenção de apologia ao nazismo.
A Embaixada de Israel no Brasil publicou nota onde repudia episódios de ódio com referências nazistas no país e cobra autoridades para evitar os atos, classificados como "ultrajantes". A entidade se pronunciou citando o ato antidemocrático ocorrido em Santa Catarina onde gestos similares a uma saudação nazista foram repetidos por centenas de manifestantes que protestavam pelo resultado das eleições.
"Rejeitamos qualquer forma de referências nazistas no Brasil e em geral. Estamos preocupados com esse fenômeno aqui e contamos com as autoridades competentes para que tomem as providências necessárias para acabar com esse tipo de atos ultrajantes", diz o comunicado oficial.
Vídeos em redes sociais mostraram as pessoas em frente a uma base do Exército em São Miguel do Oeste, próximo da fronteira catarinense com a Argentina, repetindo o "Sieg Heil", uma espécie de reverência que consiste em estender a mão.
O Ministério Público (MPSC) chegou a abrir investigação na quarta-feira (2) para apurar a realização do gesto e concluiu, de forma preliminar, que não houve intenção de saudar o nazismo, o que é crime no Brasil.
Para o órgão, não houve apologia, embora "a atitude ser absolutamente incompatível com o respeito exigido durante a execução do hino nacional". O MP diz que o caso ainda será "profundamente" investigado.
O ato em São Miguel do Oeste ocorreu em frente ao 14º Regimento de Cavalaria Mecanizado, base do Exército na cidade. O órgão identificou manifestantes, analisou imagens e ouviu testemunhas.
Segundo o que foi apurado, o gesto foi feito pelos manifestantes após serem conclamados pelo locutor do evento, empresário local, a estenderem a mão sobre o ombro da pessoa a sua frente ou, se não houvesse, para que estendessem o braço, a fim de "emanar energias positivas".
Além do caso em São Miguel do Oeste, Santa Catarina registrou episódios recentes de apologia ao nazismo. Nesta quarta-feira (3/11), uma carta com conteúdo de ódio endereçada ao Centro de Ciências Jurídicas (CCJ) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi encaminhada à Polícia Civil.
No texto, o grupo prega ódio contra gays, feministas, negros, gordas e "amarelos" [asiáticos], e diz que a polícia não o intimida.
"Nós iremos destruir todos vocês. A gente está cada vez maior. A gente está ao seu lado, na sua frente", diz parte da carta, assinada com a abreviação SS, que representa o exército nazista na Segunda Guerra Mundial.
Uma célula neonazista identificada dentro da UFSC é investigada pela polícia é apontada como responsável por outros atos, recentes, relembre:
As ações na UFSC acontecem após a prisão de quatro estudantes da universidade de integrar a célula nazista. O caso foi revelado pelo Fantástico em 23 de setembro e o inquérito policial segue em sigilo.
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