Lula critica membros da ONU que 'fomentam a guerra'

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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Lula critica membros da ONU que 'fomentam a guerra'

. Egito é principal rota para levar ajuda e retirar vítimas do conflito em Gaza.
Política - Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (15/2), em declaração no Egito, que os países-membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas devem defender a paz, e não fomentar a guerra.

"É preciso que tenha uma nova geopolítica na ONU. É preciso acabar com o direito de veto dos países. E é preciso que os membros do Conselho de Segurança sejam atores pacifistas, e não atores que fomentam a guerra", declarou Lula.
 
As últimas guerras que nós tivemos, a invasão ao Iraque não passou pelo Conselho de Segurança da ONU, a invasão à Líbia não passou pelo Conselho de Segurança da ONU. A Rússia não passou pelo Conselho de Segurança para fazer a guerra na Ucrânia. E o Conselho de Segurança não pode fazer nada na guerra entre Israel e Faixa de Gaza", enumerou.
 
"Ou seja: a única coisa que se pode fazer é pedir paz pela imprensa, mas que me parece que Israel tem a primazia de descumprir, ou melhor, de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas", continuou.
 
Lula falou à imprensa após se reunir com o presidente do Egito, Abdul Fatah Khalil Al-Sisi, no Cairo.

O Egito faz fronteira com a Faixa de Gaza – e foi, até o momento, a principal rota de evacuação de estrangeiros atingidos pelo conflito, incluídos brasileiros. A mesma rota é, também, a principal via de acesso terrestre para ajuda humanitária às vítimas da guerra.

Desde o primeiro mandato presidencial, Lula defende uma mudança na estrutura de órgãos como o Conselho de Segurança da ONU, cuja composição permanente é a mesma desde o pós-Segunda Guerra Mundial. As críticas se tornaram mais fortes em meio aos conflitos Rússia-Ucrânia e Israel-Hamas.

No discurso, Lula também disse:

- que Brasil e Egito apostam na "promoção do desenvolvimento econômico e social como pilares para a paz e a segurança" e combatem "todas as manifestações de racismo, xenofobia, islamofobia e antissemitismo".

- que o Brasil voltou a apoiar a iniciativa do Egito de criação de uma "zona livre de armas no Oriente Médio" – similar à que já existe na América Latina.

"De qualquer ângulo que se olhe, a escala da violência cometida entre 2 milhões de palestinos em Gaza, não encontra justificativa. Sempre vimos o Egito como um ator essencial na busca de uma solução para o conflito entre Israel e Palestina", afirmou Lula, ainda sobre a guerra.

Segundo Lula, é "urgente" estabelecer um cessar-fogo definitivo para permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza de forma "sustentável e desimpedida".

O presidente também repetiu que o Brasil é "terminantemente contrário à tentativa de deslocamento forçado do povo palestino".

"Não haverá paz sem um Estado Palestino convivendo lado a lado com Israel, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas", concluiu Lula.
 
Relações Brasil-Egito
 
Lula também defendeu estreitar as parcerias com o Egito. Os dois países completam em 2024 cem anos de relações diplomáticas e firmaram, nesta quinta, novos acordos de cooperação técnica e comercial.

O presidente lembrou que o país africano passou a integrar o Brics, bloco que reúne economias emergentes, entre as quais, Brasil, China, Rússia, Índia e África do Sul.

"No Brics, Vamos trabalhar juntos pela reforma da ordem global e da construção da paz", disse Lula.
 
O presidente conta com o apoio do Egito nas prioridades da gestão brasileira à frente do G20, grupo das principais economias do planeta. Lula deseja criar ações globais contra a fome e as mudanças climáticas, além de rediscutir a atuação de organismos financeiros, em especial no socorro aos países mais pobres.

Lula ainda afirmou que Brasil e Egito precisam firmar uma parceria estratégica. Para o presidente, o fluxo comercial atual fica aquém da capacidade dos dois países.

"Queremos uma relação comercial de ganha-ganha", disse.
 
  
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