Circuito POCAR chega a Colatina e Aracruz com grupos de circo, teatro, dança e música
Edição itinerante do tradicional festival cultural vai acontecer em 25 e 26 de outubro, com atrações gratuitas e foco no público infantojuvenil
Referência no cenário cultural do Espírito Santo, com 11 anos de atuação em Conceição da Barra, o Pocar Festival de Cultura gerou uma edição itinerante que anualmente percorre os municípios do Estado com atrações gratuitas para a população. Intitulado Circuito POCAR, o projeto chega aos municípios de Colatina e Aracruz, nos próximos dias 25 e 26 de outubro, com foco voltado para o público infantojuvenil.
O calendário de apresentações terá início no dia 25 de outubro, em Colatina, na Área Verde da Avenida Beira Rio. A programação começa às 17h, com brinquedos, distribuição de pipoca e algodão doce. Em seguida, haverá apresentação de Capoeira e Maculelê com o Grupo Nação Malungos e o espetáculo circense “Era Solo que me Faltava”, da Lacarta Circo Teatro, encerrando co m o show musical infantil “Estripolia”, do Grupo Estripolia.
No dia seguinte, será a vez de Aracruz receber a caravana do Circuito POCAR, na Praça São Sebastião, em Barra do Riacho. A abertura será às 15h, com brinquedos, distribuição de pipoca e algodão doce. Em seguida, o público vai acompanhar o espetáculo circense da Lacarta Circo Teatro e a apresentação do Grupo Guerreiros Tupinikim, de Caieiras Velha. O encerramento será com show musical do Grupo Estripolia.
O Circuito POCAR é uma realização do Instituto Cultural Tambor de Raiz e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura - Lei Rouanet. O patrocínio é do Instituto Cultural Vale e da Suzano, com apoio da Academia de Letras e Artes de Conceição da Barra e da Criarte - Associação de Artesãos de Barra do Riacho.
Formação de público
Diretor do Instituto Cultural Tambor de Raiz e coordenador do festival, Didito Camillo explica que o Circuito POCAR surgiu da demanda do público que acompanha o Pocar Festival de Cultura, em Conceição da Barra. “Várias pessoas nos pedem para levar o projeto a outros lugares. A partir dessa demanda começamos a pensar num circuito no formato de um programa piloto que, assim como o festival, também pudesse crescer com o tempo”, afirma Didito.
Neste ano, como o Circuito POCAR acontece em outubro, a organização preparou uma programação com foco nas crianças e adolescentes. “A realização do Circuito vem a somar-se a nossas iniciativas no sentido de permitir à cultura capixaba se mostrar para o público em suas diferentes linguagens: teatro, dança, circo, música, cultura popular. Estamos trabalhando a formação de público para fruição das artes, por isso o foco em uma programação voltada para crianças, adolescentes e para agraciar as famílias”, define.
Diversidade
De acordo com o coordenador, os municípios de Colatina e Aracruz foram escolhidos para receber a versão itinerante do festival em função da diversidade de suas tradições culturais.
“Colatina é um polo cultural do norte do Espírito Santo. Convidamos para o circuito o Centro Desportivo de Capoeira e Cultura Afro-Brasileira Nação Malungos, que há mais de 30 anos desenvolve um trabalho educativo de difusão da capoeira no município, contemplando crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade”, destaca Didito.
Seguindo este conceito, a edição de Aracruz terá como convidado o grupo de dança Guerreiros Tupinikim, formado por jovens indígenas que vivem no território de Caieiras Velha, localizado no município. A iniciação de seus integrantes ocorre nas rodas de dança dos curumins, quando eles aprendem a tocar instrumentos, a cantar músicas tradicionais e a manusear lanças e maracas.
“A participação do Guerreiros Tupinikim no Circuito POCAR tem valor histórico e simbólico”, atesta Didito. “Trata-se de um grupo de indígenas que dançam tradicionalmente nas atividades da comunidade, mantendo vivas as suas tradições e a sua identidade cultural diante do genocídio sofrido pelos indígenas ao longo dos séculos no Brasil e de toda a luta dos povos originários para ter seus direitos e territórios assegurados”, acrescenta.
Resistência
A história do Festival Pocar, lembra o coordenador, nasceu de um episódio de resistência cultural. Sua primeira edição ocorreu há 11 anos, entre 24 e 30 de janeiro de 2013, em comemoração ao reconhecimento como Patrimônio Histórico e Artístico do Espírito Santo do conjunto arquitetônico que abrange a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a praça e as casas do entorno e o Cais do Porto, à beira do Rio Cricaré, em Conceiç ;ão da Barra.
O tombamento definitivo, que garante a proteção ao patrimônio, havia sido garantido pelo Conselho Estadual de Cultura no dia 7 de janeiro, após pressão e mobilização de moradores em protesto ao projeto iniciado pela prefeitura, que visava à transformação da praça em um estacionamento.
A obra foi embargada, o patrimônio, protegido, e, hoje, muitas das edificações históricas vêm sendo cuidadas e revalorizadas por moradores e comerciantes.
De lá pra cá, o festival, que surgiu sem recursos, a partir da organização da comunidade com artistas solidários à causa, cresceu e consolidou-se em termos de estrutura, público e visibilidade, tornando-se referência no calendário cultural do Espírito Santo. “Nosso objetivo é fazer o Circuito POCAR crescer e se tornar um festival itinerante com mais dias de evento, para que haja mais tempo para o intercâmbio entre artistas convidados e artistas da cultura popular local, como acontece em Conceição da Barra”, vislumbra o coordenador.
CIRCUITO POCAR 2024
Data: 25 e 26 de outubro
Local: Municípios de Colatina e Aracruz
Realização: Instituto Cultural Tambor de Raiz e Ministério da Cultura, via Lei Rouanet
Patrocínio: Instituto Cultural Vale e Suzano
Apoio: Academia de Letras e Artes de Conceição da Barra e Criarte - Associação de Artesãos de Barra do Riacho
Atrações: gratuitas
CALENDÁRIO DE APRESENTAÇÕES:
COLATINA
25 de outubro (sexta-feira)
Local: Área Verde da Avenida Beira Rio (próximo ao restaurante Aruna)
17h - Abertura com brinquedos, distribuição de pipoca e algodão doce
18h - Apresentação de Capoeira e Maculelê com o Grupo Nação Malungos
19h - Espetáculo circense “Era Solo que me Faltava” com a Lacarta Circo Teatro
20h - Show musical infantil “Estripolia”
ARACRUZ (Barra do Riacho)
26 de outubro (sábado)
Local: Praça São Sebastião
15h - Abertura com brinquedos, distribuição de pipoca e algodão doce
16h - Espetáculo circense “Era Solo que me Faltava” com a Lacarta Circo Teatro
17h - Apresentação do Grupo de Guerreiros Tupinikim, de Caieiras Velha
18h - Show musical infantil “Estripolia”
CONHEÇA AS ATRAÇÕES:
GRUPO ESTRIPOLIA
O Grupo Estripolia é um grupo capixaba de música e cena que desde 2012 vem desenvolvendo um trabalho voltado ao público infantil, com shows musicais, oficinas e capacitação para professores e artistas, com o propósito de levar a arte através do teatro, da linguagem do circo, da música e da dança a todos os cantos e recantos do Espírito Santo. O repertório musical vai do folclore popular, passando por antigas cantigas, composições autorais e de outros músicos capixabas. O grupo reúne em seu elenco músicos e atores que também se divertem em cena, brincando e interagindo com o público, sempre buscando aproximar m&uac ute;sica, teatro e cultura popular de forma lúdica e criativa.
LACARTA CIRCO TEATRO
O Lacarta Circo Teatro teve seu advento em 2013, quando os artistas Amora Gasparini e Carlitos Cachoeira se uniram com a proposta de levar o circo-teatro para comunidades fora do eixo comercial, apresentando-se em praças escolhidas por sua significação histórica relevante e pelo grande fluxo de crianças, jovens, adultos e idosos. A dupla tem em seu repertório seis espetáculos, todos na linguagem do circo-teatro. Tem como pesquisa a palhaçaria brasileira, sempre levando a linguagem e a tradição circense a um contexto atual, reconstituindo o tecido emocional das cidades e das periferias através do riso e do humor crítico. Já circularam em estados com o Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Goiás e Distrito Federal.
GUERREIROS TUPINIKIM
Formado por jovens indígenas a partir dos 14 anos de idade, o grupo de Guerreiros Tupinikim participa das atividades culturais de sua comunidade no município de Aracruz (ES), em festas, escolas, manifestações e processos de luta vividos pelo seu povo. A dança é uma forma de guerreiros e guerreiras demonstrarem a força e a resistência de um povo que luta há mais de 523 anos contra as violações de seus direitos. As pinturas corporais, os adornos, o canto e a sonoridade dos tambores, casacas e maracás alimentam em cada jovem a sensação de pertencimento ao Povo Tupinikim. O grupo de Guerreiros Tupinikim se apresenta em diversos espaços, le vando a verdadeira história do povo indígena Tupinikim, a fim de manter vivas as suas tradições.
GRUPO NAÇÃO MALUNGOS
Em 31 anos de atuação na cidade de Colatina (ES), o Centro Desportivo de Capoeira e Cultura Afro-Brasileira Nação Malungos destina-se a desenvolver trabalhos na área cultural por meio do ensino da capoeira e de oficinas recreativas nas áreas de confecção de instrumentos, percussão, musicalidade, samba de roda, maculelê, puxada de rede e batizados de capoeira. O grupo também promove encontros e cursos de formação para os seus integrantes e para grupos de capoeira convidados, dentre outras atividades que compõem as práticas e vivências da capoeira. Seus integrantes mantêm a oferta de aulas de capoeira em bairros de Colatina e de municípios vizinhos, com prioridade de matrículas para crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social. O Nação Malungos amplia a visibilidade de suas iniciativas por meio da divulgação em locais de aula, eventos e em publicações no Instagram: @nacaomalungos @capoeirarte_col.
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