Cesar Baldan grava sambas e baiões em primeiro álbum solo
Lançamento do EP “ACÁ” será nesta sexta, 12 de abril, nas plataformas digitais e em apresentação do compositor na Casa de Bamba, em Vitória
Com 20 anos de atuação na cena musical capixaba, o cantor, compositor e instrumentista Cesar Baldan passeia com desenvoltura pelos ritmos brasileiros em seu primeiro álbum solo, intitulado “ACÁ”. Reunindo quatro faixas autorais, o EP (extented play) chega às plataformas digitais na próxima sexta, 12 de abril. Na mesma data, o músico fará o show de lançamento na Casa de Bamba, no Centro de Vitória, acompanhado por sua banda e por artistas convidados que participaram das gravações.
Cesar Baldan conta que o álbum “ACÁ” surgiu da necessidade de registrar composições autorais de diferentes momentos de sua carreira. O título do trabalho – “aqui”, em espanhol – representa um convite para o público conhecer de perto as canções que ele vinha lapidando havia anos antes de entrar no estúdio. “Este trabalho apresenta algumas das minhas facetas como artista, passando pelo samba e pelos ritmos regionais, como o baião, o congo capixaba, a música instrumental e a canção”, afirma Cesar. “O público poderá conhecer meu lado compositor de m elodias e letras, a vertente de instrumentista, através do violão, e também as interpretações das minhas próprias canções. São músicas arranjadas essencialmente por mim”, comenta.
O EP “ACÁ” traz as composições “Displicência”, “Baião de Dona Iná”, “Guingando” e “Cigana”, com produção de Daniel Silva e participações de nomes atuantes no cenário musical capixaba, como Eloá Puri, Gessé Paixão, Fábio do Carmo, Zé Tom, Saulo Santos, Paulo Prot, Chico Chagas, Edu Szajnbrum e André Prando.
Singles
Os dois primeiros singles, “Displicência” e “Baião de Dona Iná”, já estão disponíveis nas plataformas de streaming. Com instrumentação típica dos sambas tradicionais, “Displicência” se revela como um samba dolente, no melhor estilo de Martinho da Vila, composto em um momento de desilusão amorosa. “Essa canção nasceu em uma tarde cinzenta na figura de um compositor ainda em resquícios de fossa” , revela Cesar. “É um samba triste no qual tento envolver o ouvinte com um refrão forte que extravasa a melancolia num grito de superação”, define o músico.
O arranjo traz o violão de sete cordas de Fábio do Carmo, o cavaquinho de Zé Tom, a cuíca de Saulo Santos e a percussão de Gessé Paixão, que também fez o arranjo de vozes. Na interpretação, destaque para o dueto de Cesar Baldan com a cantora Eloá Puri e os backing vocals de Matheus Mará, Maria Zanúncio, Laissa Gamaro, Relva Rodrigues e Ramon Yusara.
Eloá Puri conta que se tornou fã da canção desde que a ouviu pela primeira vez através do compositor. “A vontade de gravar era gigante. Receber o convite do Cesar pra cantar com ele foi lindo, e o processo de gravação foi muito rápido, porque estávamos alinhados e já habituados a cantar juntos”, revela.
Em “Baião de Dona Iná”, Cesar Baldan bebe na fonte de Dominguinhos para elaborar a base nordestina de uma canção que remete à pureza da “infância brincante de quem sonha, gira, conta as borboletas e imagina o mundo em seu quintal”. Composta em parceria com Diogo Spadaro, a faixa conta com a sanfona de Chico Chagas e o naipe de percussão de Edu Szajnbrum, que remete à ancestralidade do congo.
Inéditas
Completam o álbum as composições “Guingando” e “Cigana”, que serão disponibilizadas nas plataformas digitais juntamente com o trabalho completo, no dia 12 de abril.
Em “Guingando”, Cesar Baldan leva o violonista e compositor Guinga para o gerúndio, reverenciando este mestre da MPB que merece ser mais conhecido pelo grande público. Trata-se de um número instrumental que dialoga com o samba e o choro, permitindo aos músicos a liberdade de expressar sua técnica nos arranjos, com destaque para o violão de Cesar Baldan, a gaita de Paulo Prot e a percussão de Zé Tom.
“Cigana”, por sua vez, é uma parceria de Cesar Baldan com André Prando que transita pela sonoridade regional de Minas Gerais, conduzida de forma intimista pelo violão e pela interpretação em duo dos artistas. “Adoro as canções e a forma como o Prando compõe, e achei que tinha tudo a ver com essa música. Ele trouxe um desfecho para a canção e para o desenrolar da história descrita na letra”, observa Baldan.
O show
As quatro canções de “ACÁ” e outras composições inéditas de Cesar Baldan estarão no show de lançamento do álbum, na Casa de Bamba, espaço no qual o músico costuma se apresentar solo ou como instrumentista, acompanhando músicos capixabas de diferentes estilos. “Minha expectativa com este álbum é a melhor possível. Nele exponho minha identidade como compositor e intérprete, e as diversas influências que marcam minha formação musical. Tenho bastante material composto e espero que este projeto abra portas para trabalhos futuros”, vislumbra.
CONFIRA:
“ACÁ”, primeiro álbum solo de Cesar Baldan
Show de lançamento: 12 de abril (sexta-feira)
Onde: Casa de Bamba, Rua Gama Rosa, 154 - Centro, Vitória - ES, 29.015-100
Horário: 20h
Couvert artístico: R$ 15,00
Disponível nas plataformas: Spotify, Deezer, Itunes, Youtube
FICHA TÉCNICA:
Cesar Baldan - Intérprete, voz, violão e violão tenor
Produção, edição e mixagem - Daniel Silva
Masterização - Igor Comério
Músicos
Eloá Puri - Intérprete, voz
André Prando – Intérprete, voz
Fábio Do Carmo - Violão 7 cordas
Zé Tom - Cavaquinho e percussão
Gessé Paixão - Percussão
Saulo Santos - Cuíca
Daniel Silva - Surdo (sampleado)
Pedro Oleari – Guitarra
Paulo Prot - Gaita
Chico Chagas - Acordeão
Edu Szajnbrum - Percussão
Diogo Spadaro - Baixo
Coro de vozes
Gessé Paixão
Relva Rodrigues
Laissa Gamaro
Maria Zanúncio
Matheus Mará
Ramon Yusara
SAIBA MAIS SOBRE CESAR BALDAN:
Antes de se firmar como compositor e gravar o primeiro álbum solo, Cesar Baldan atuou com destaque na cena musical do Espírito Santo. O músico participou do Trio Lubião e da banda Lion Jump, e acompanhou artistas como Jonias Feli, Júlia Nali, Eloá Puri, Aline Maria e Renata Cabral, entre outros trabalhos como instrumentista. Também participou de festivais da canção com Thobias Lieven (Duo Aduar), Banda da Flor e Gessé Paixão.
Sua ligação com a música teve início na infância, por meio do incentivo da família. Com 12 anos, ele ganhou um violão Di Giorgio de um tio e aprendeu os primeiros acordes por conta própria. Seu interesse inicial era pelo rock de Led Zeppelin, Deep Purple e Nirvana, o que naturalmente o levou a espelhar-se em guitarristas de blues como Jimi Hendrix e Stevie Ray Vaughan.
Aos 15 anos, Cesar Baldan teve aulas de violão com o saudoso Maurício de Oliveira no Festival de Inverno de Domingos Martins. Nos anos seguintes ele retornou ao festival, para participar de oficinas práticas e teóricas com músicos que são referência em nível nacional e internacional. Àquela altura, já estava arrebatado pela música brasileira, em especial por mestres como Gilberto Gil, Dominguinhos, Chico César, João Bosco, Milton Nascimento. Na música instrumental, passou a devorar a obra dos violonistas Baden Powell, Guinga e Marcos Pereira, juntamente com as criações dos multi-instrumentistas Hermeto Pascoal e Egberto Gismonti.
A Mesa
Alternando-se entre o violão e a guitarra, Cesar Baldan participou de diversos grupos e projetos musicais no Estado. Um desses trabalhos marcantes se deu com o grupo A Mesa, formado em 2013 ao lado de Fabrício MiyaKawa, Gessé Paixão e Lino Paixão, e que tinha como proposta resgatar a tradição de grupos vocais como Os Cariocas, MPB4, Quarteto em Cy, os Tincoãs e Boca Livre.
Entre 2018 e 2020, ele fez o curso de Música Popular na Universidade de Música Bituca, em Barbacena (MG), onde teve aulas de harmonia com o renomado pianista Ian Guest, com quem estudou o método Kodali (metodologia pedagógica desenvolvida com base no trabalho do educador e músico húngaro Zoltán Kodály).
Nos últimos anos, Cesar Baldan vem se dedicando às composições autorais, gravações e participações em festivais. No 1º Festival de Música Primavera Teresense, realizado em setembro de 2022, em Santa Teresa (ES), o músico conquistou o terceiro lugar com “Baião de Dona Iná”.
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