Ausência paterna afeta o emocional das crianças capixabas

A ausência paterna é uma realidade que impacta profundamente o desenvolvimento emocional das crianças. Atualmente, cerca de 460 crianças são registradas por dia no Brasil sem o nome do pai na certidão de nascimento, um fenômeno que também se manifesta no Espírito Santo. As consequências da falta do vínculo paterno se manifesta, entre outros fatores, na dificuldade de concentração e baixo rendimento escolar, em comportamentos agressivos, isolamento social, dificuldades para criar amizades, busca inadequada por atenção, desrespeito a regras e autoridade, além de aumentar a propensão a se envolver em situações de risco.
Para a psicóloga especialista em infância e adolescência, Mariana Weigert de Azevedo, que atende na Grande Vitória, os impactos da ausência paterna vão muito além dos comportamentos visíveis. “A ausência do pai cria um vazio simbólico que a criança tenta preencher, muitas vezes com sentimentos de culpa, medo de rejeição e baixa autoestima. Isso compromete a segurança emocional e a capacidade dela de confiar nas pessoas ao seu redor”, explica Mariana. Segundo ela, esses efeitos podem desencadear quadros de ansiedade, dificuldades de relacionamento e até problemas de saúde mental, se não forem devidamente acompanhados.
Mariana reforça que, embora a presença física do pai seja importante, o envolvimento emocional é ainda mais essencial. “Não basta estar presente; é preciso que o pai escute, valide os sentimentos e participe ativamente da vida do filho”, afirma.
Para amenizar os efeitos da ausência, a psicóloga destaca que outras pessoas podem exercer a função paterna e contribuir para o desenvolvimento emocional da criança. “Avôs, tios, padrastos ou até figuras masculinas da escola e da comunidade podem ocupar esse lugar simbólico. E, quando aliado ao acompanhamento psicológico, isso favorece a construção de uma estrutura psíquica saudável, ajudando a criança a lidar com a ausência sem carregar cicatrizes emocionais para a vida adulta”, completa Mariana.
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