14 minutos de acréscimo? Copa do Catar pode ter 8 horas a mais que a de 2018
Nova diretriz da Fifa orienta árbitros a monitorarem com mais atenção tempo perdido em consultas ao VAR, substituições e até “cera” dos jogadoresA Copa do Mundo do Catar já tem um recorde para chamar de seu: o de Mundial com a partida mais longa, dentre aquelas que não tiveram prorrogações, em toda a história. Foi na goleada de 6 a 2 da Inglaterra sobre o Irã, disputada ontem com arbitragem do brasileiro Raphael Claus: o jogo teve 117 minutos de duração, com 14 de acréscimos no primeiro tempo e 13 na segunda etapa.
Considerados todos os oito confrontos já disputados (até a vitória da França por 4 a 2 sobre a Austrália), a Copa do Catar está com média de 7 minutos e 13 segundos adicionais em cada tempo de jogo. O Mundial anterior, de 2018, teve acréscimo médio de 3 minutos e 56 segundos — considerando só os jogos que não tiveram prorrogações. Assim, se a média vista até aqui no Catar se mantiver a mesma até o fim da competição, serão quase oito horas a mais de bola rolando (7 horas e 44 minutos) em relação ao que ocorreu na Rússia.
O aumento na minutagem média acrescida pelos árbitros neste Mundial não é acidental. Decorre de uma nova diretriz da Fifa, que orientou suas equipes de arbitragem a monitorar com mais atenção o tempo perdido com paralisações durante as partidas, a fim de repor esse tempo com mais precisão ao fim dos 45 minutos regulamentares.
O chefe do comitê de arbitragem da entidade, o italiano Pierluigi Collina, disse na semana passada que o objetivo é garantir “mais tempo ativo de jogo”, destacando por exemplo que se perdem de um minuto a um minuto e meio para cada comemoração de gol. Consultas ao árbitro de vídeo, atendimentos médicos e paradas para substituições (agora são cinco permitidas em cada seleção) também passaram a ter o tempo calculado com mais cuidado no Catar, assim como a famosa “cera” que alguns atletas fazem quando suas equipes estão em vantagem.
Em alguns dos jogos disputados nos três primeiros dias da atual edição da Copa, os acréscimos foram majorados por causa de atendimentos médicos delicados. Foi assim, por exemplo, quando o goleiro do Irã, Ali Beiranvand, chocou-se com um companheiro e passou alguns instantes desacordado durante a partida contra a Inglaterra. O mesmo aconteceu na derrota da Argentina por 2 a 1 para a Arábia Saudita, quando o zagueiro Al Shahrani sofreu uma joelhada na cabeça já no fim da partida. Nesses dois jogos, os árbitros deixaram a bola rolar por 14 minutos além dos 45 regulamentares.
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