Silêncio que grita: o suicídio na adolescência e os desafios emocionais dessa fase

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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Silêncio que grita: o suicídio na adolescência e os desafios emocionais dessa fase

Saúde - Prevenção

Um estudo recente da Fiocruz revelou um dado alarmante: entre 2000 e 2022, o risco de suicídio entre adolescentes de 10 a 19 anos se tornou 21% maior do que entre jovens adultos. Nesse período, a taxa de suicídio nessa faixa etária aumentou 120%, chegando a 4,62 mortes por 100 mil jovens em 2022. Entre meninas de 10 a 14 anos, o crescimento foi ainda mais expressivo: 176%. Esses números escancaram uma crise silenciosa que ganhou força durante a pandemia, marcada pelo isolamento, pelas incertezas e pela pressão emocional crescente.

Segundo a psicóloga e psicanalista Mariana Weigert de Azevedo, compreender o sofrimento adolescente exige escuta sensível e sem julgamentos:

“O suicídio nunca surge do nada. Ele é resultado de um acúmulo de angústias, experiências traumáticas e sentimentos de solidão. Muitas vezes, o jovem não quer exatamente morrer, mas sim acabar com uma dor que parece insuportável e que ele não consegue expressar.”

Na cabeça de um adolescente, o mundo pode se tornar um lugar caótico. Mudanças no corpo, crises de identidade, cobranças escolares, expectativas sociais, bullying e a pressão das redes sociais formam uma tempestade emocional que, sem acolhimento, pode levar a caminhos perigosos.

Sinais de alerta que não devem ser ignorados

Nem todo comportamento pode ser tratado como uma simples “fase da adolescência”. Alguns sinais indicam que o sofrimento pode estar além do esperado e que o jovem precisa de ajuda imediata:

• Mudanças bruscas no humor ou na personalidade;

• Isolamento repentino, evitando amigos e familiares;

• Queda significativa no rendimento escolar ou falta de interesse em atividades que antes eram prazerosas;

• Comentários sobre morte, autodestruição ou frases como “queria desaparecer”;

• Alterações no sono e no apetite;

• Automutilação ou marcas inexplicáveis no corpo;

• Descuido extremo com a própria aparência ou higiene.

Pais, cuidadores e professores devem estar atentos a esses sinais e buscar ajuda profissional assim que algo parecer fora do padrão. O acolhimento precoce pode salvar vidas”, ressalta Mariana.

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