Quem era o mergulhador capixaba morto afogado na Austrália
Segundo familiares, o homem encontrado morto na semana passada era mergulhador profissional e também atuava como pintor industrial.Após quase uma semana desde a morte de um mergulhador capixaba na Austrália, a identidade dele foi confirmada. Bruno Borges, de 31 anos, tinha família em São Mateus, Norte do Espírito Santo, e também já atuou como pintor industrial. As informações foram checadas com familiares e confirmadas com fontes de A Gazeta. Perto do corpo dele, foram encontrados 54 quilos de cocaína, de valor estimado em R$ 71 milhões.
A morte de um mergulhador capixaba por afogamento no exterior foi divulgada pela Polícia Federal do Espírito Santo na semana passada. A corporação destacou que ele havia viajado à Austrália, a serviço do tráfico internacional de drogas, e teria sido contratado por traficantes para colocar uma carga de cocaína no casco de um navio no exterior.
Como A Gazeta vem noticiando, essa prática tem sido muito utilizada por criminosos no tráfico internacional de drogas.
Em conversa com a reportagem, o pai de Bruno, o pescador Natanael Benedito Martins, de 60 anos, conta que a família é de Barra Nova, no litoral de São Mateus. O filho dizia aos familiares que atuava entre São Paulo, Rio de Janeiro e em Vitória, como mergulhador profissional, pintor e irata – quando a pessoa trabalha em altura, segurada por cordas.
"Ele costumava nos visitar de vez em quando, mas estava há uns três, quatro meses sem vir aqui. Enviou umas fotos para a mãe, disse que estava viajando, mas depois perdemos o contato"
A partir daí, surgiram informações sobre a morte de um mergulhador capixaba no exterior e populares contaram à família que poderia ser Bruno. Os familiares então entraram em contato com um advogado que disse ter confirmado o caso com a polícia.
A família lida com a dor de ter perdido Bruno e de ser informada sobre o possível trabalho dele para o tráfico. “Se a gente soubesse dessa ligação, ele nunca estaria lá fazendo isso”, relatou o pai.
O advogado da família agora prepara a documentação para tentar trazer o corpo de Bruno para o Brasil.
A reportagem de A Gazeta entrou em contato com a Australian Federal Police (AFP), a Polícia Federal australiana, por e-mail, para saber como está o caso, e foi informada que o questionamento seria enviado ao responsável pela operação. Se alguma resposta for enviada, o texto será atualizado.
RELEMBRE O CASO
A Polícia Federal informou que 54 quilos de cocaína foram encontrados perto do corpo do mergulhador capixaba a serviço do tráfico internacional e o produto era avaliado em cerca de R$ 71 milhões. O indivíduo morreu afogado na Austrália durante uma operação que durou 30 dias e foi realizada através de uma cooperação entre autoridades do Espírito Santo, Catar e Indonésia.
O capixaba era mergulhador profissional e teria sido contratado por traficantes internacionais para colocar uma carga de cocaína no casco de um navio para o exterior. Durante a empreitada das forças policiais, um australiano foi preso e outros dois envolvidos no esquema estão sendo procurados. Até o momento, a cooperação internacional já apreendeu 179 quilos de cocaína na Indonésia e outros 104 na Austrália.
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