Paraguai prende suspeito de ser um dos maiores traficantes de armas ao PCC
Um dos dois principais alvos de uma grande operação levada a cabo pelas forças de segurança paraguaiasBUENOS AIRES, ARGENTINA - Um brasileiro apontado como um dos grandes traficantes de armas para a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) foi preso nesta terça (19/12/23) no Paraguai. Ele aparece em um vídeo detido em uma casa em Salto del Guairá, cidade na fronteira com os estados do Paraná e Rio Grande do Sul.
O paranaense Ricardo Luis Picolotto, conhecido como R7, era um dos dois principais alvos de uma grande operação levada a cabo pelas forças de segurança paraguaias, junto ao Ministério Público do país e com apoio da Polícia Federal do Brasil. Em outra incursão, outros nove foram mortos e mais oito foram presos (incluindo ao menos dois brasileiros).
O segundo suspeito principal, Santiago Acosta Riveros, conhecido Macho, escapou e está foragido. Segundo as autoridades, os dois lideram uma quadrilha de tráfico de armas e drogas que atua no departamento fronteiriço de Canindeyú e seria responsável por diversos homicídios na região, inspirada em cartéis mexicanos.
"Picolotto é um brasileiro que tem muitos antecedentes criminais e também formava parte dessa estrutura. Hoje podemos dizer que a logística desse grupo era Macho, e a cabeça era Picolotto. Segundo as referências e seus antecedentes, ele faz parte do PCC", afirmou em entrevista coletiva Jalil Rachid, chefe da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas paraguaia).
Picolotto também é investigado por fornecer armas e drogas a criminosos do Rio de Janeiro. No início de 2021, ele conseguiu fugir de uma operação na capital Assunção integrada pela Polícia Civil fluminense, que o aponta como um dos principais traficantes da América do Sul. Na ocasião, foi preso o seu braço direito, conhecido como Turco.
"Seu grupo operava grandes esquemas de tráfico internacional que tinham como destino o Brasil. Pelo modal aéreo, recebiam cocaína da Bolívia. Posteriormente remetiam ao Brasil. Pela via terrestre, dedicavam-se ao envio de armas e maconha", afirmou a Polícia Federal brasileira em nota nesta terça.
"A organização criminosa desarticulada também se caracterizava por ações de extrema violência contra facções rivais e contra policiais e militares das Forças Armadas, tanto brasileiras quanto paraguaias", agregou a PF.
Segundo a corporação, o paraguaio foragido, Riveros, está na lista de alerta global da Interpol pelo homicídio de um militar do Exército do Brasil em 2020. Ele teria resistido a uma abordagem numa embarcação do grupo, que navegava pelo rio Paraná carregada com mais de meia tonelada de maconha.
No Paraguai, ele ainda é acusado pelo assassinato de um policial e por promover diversos ataques a tiros a delegacias, além de operações de resgate de presos.
Seu irmão, Eusebio Acosta Riveros, foi um dos presos na operação "Ignis" desta terça, segundo o porta-voz do Ministério Público paraguaio, Gunter Krone. Ele estava em um sítio junto a vários outros suspeitos no município de Canindeyú, a 200 km do local onde o brasileiro foi preso.
Segundo a versão divulgada pela Senad, o grupo teria reagido à chegada dos agentes, que ocorreu por ar e por terra, sendo nove mortos no confronto. Uma grande quantidade de fuzis, munições e uma metralhadora antiaérea .50 foram apreendidos na ação, que incluiu a destruição de pistas clandestinas de pouso utilizadas para envio de cocaína e armas ao Brasil.
Portal SBN