Mulher que morreu após lipo teve órgãos doados: 'Coração já bate em outra pessoa'
'Seu coração lindo já bate em outra pessoa'A paciente Júlia Moraes Ferro, de 29 anos, morreu alguns dias após passar por cirurgias para colocar silicone nos seios e uma lipoaspiração no abdômen numa clínica em Belo Horizonte no início deste mês. De acordo com a mãe dela, Patricia Moraes, era da vontade de sua filha ser doadora de órgãos. Por isso, sua escolha foi atendida pela família.
"Há poucos meses, Júlia, que nunca ficou doente, conversou comigo sobre o que ela gostaria que eu fizesse quando ela partisse. Ela disse que não queria velório, não queria ficar numa cama de hospital e gostaria que eu doasse todos os seus órgãos. Minha filha, nós faremos tudo como você deseja. Hoje, Júlia doou todos os seus órgãos e salvou muitas e muitas vidas. Seu coração lindo já bate em outra pessoa", afirmou a mãe numa postagem no Instagram. "Minha família está muito grata por todas as manifestações de carinho. Nós seguimos fortes e acreditando no amor de Deus. Obrigada, Patrícia".
Os procedimentos de Juília ocorreram no dia 8 e a morte cerebral foi confirmada posteriormente. No dia 22, Patricia comunicou na rede social a morte da filha. O caso é apurado pela Polícia Civil de Minas Gerais. A causa da morte permanece desconhecida enquanto não for divulgada a autópsia do Instituto Médico Legal (IML).
Num outro post, Patricia falou sobre a investigação da morte de Júlia.
"A justiça será feita para minha filha", afirmou.
Em comunicado, a advogada Bárbara Abreu, que representa a Clínica Sebastião Nelson, afirmou que "até o momento, não há nenhum indício de má-conduta médica".
Segundo o posicionamento da unidade de saúde, "toda assistência à Julia foi prestada, tanto nos momentos pré e pós-operatórios, quanto no decorrer do procedimento".
"Júlia apresentou exames que comprovaram plena condições para a realização da cirurgia e foi informada quanto aos riscos que todo procedimento médico invasivo apresenta", acrescentou. "Durante e após a cirurgia, a paciente foi o tempo todo assistida pela equipe médica composta, inclusive, por médica anestesista que esteve integralmente ao lado da paciente. O prontuário de Júlia foi entregue imediatamente no ato da solicitação feito pela família".
A advogada relatou ainda que "o cirurgião responsável pelo procedimento é habilitado, tendo cumprido todas as etapas de formação e possui Registro junto ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM MG) e título de especialista em Cirurgia Plástica".
"A Clínica se solidariza com os familiares de Júlia Moraes Ferro e somos a principal interessada no esclarecimento de todos os fatos. A vida e bem-estar das nossas pacientes é prioridade e jamais estivemos diante de tamanha fatalidade", declarou. "Em casos como este, a parte médica fica em posição de extrema vulnerabilidade para demonstrar publicamente a verdade, tendo em vista que para comprovar a correta conduta seria necessário publicar dados, fornecer prontuário e exames da paciente, o que somos vedados em razão do sigilo médico".
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