Inovação financeira avança no Brasil com fintechs e novas tecnologias

A transformação digital no setor financeiro brasileiro ganha força com a ascensão das fintechs e o avanço de novas tecnologias. O movimento, liderado pelo Banco Central (BC), resulta em mudanças estruturais no sistema bancário e de pagamentos, além de fomentar parcerias estratégicas entre grandes instituições e startups do setor.
Descentralização e novas oportunidades
Se antes o mercado financeiro era marcado pela concentração de poder, a atual configuração apresenta um cenário mais descentralizado. Com normativas que incentivam a competição, novas empresas surgem constantemente para disputar espaço e conquistar consumidores.
O impacto dessa revolução pode ser visto na crescente colaboração entre bancos tradicionais e fintechs. Essas parcerias buscam oferecer soluções inovadoras, impulsionando a criação de novos modelos de crédito e serviços financeiros. Para Alexandre Uehara, especialista em inovação financeira e ex-membro da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a relação entre bancos e fintechs mudou ao longo do tempo.
“No passado, o surgimento dessas empresas era visto como uma ameaça. Hoje, é uma oportunidade e existe uma percepção mútua dos benefícios para ambos os lados”, afirma.
O papel da tecnologia na inovação financeira
Entre as inovações mais promissoras, o Drex, moeda digital desenvolvida pelo Banco Central, tem levado o setor a repensar a tokenização de ativos. Empresas como o Inter estão investindo fortemente em pesquisas para adaptar suas operações a essa nova realidade.
Além disso, blockchain, inteligência artificial (IA) e computação quântica despontam como pilares do futuro do setor. Segundo Bruno Grossi, gerente de Tecnologias Emergentes do Inter, a aposta está em utilizar a IA de forma inovadora:
“Nosso papel aqui é buscar novas tecnologias que vão impactar o mercado financeiro nos próximos cinco a dez anos.”
A instituição também firmou parceria com a USP, FGV e Microsoft para estudar criptografia pós-quântica aplicada ao Drex, garantindo maior segurança às transações.
Internacionalização do Pix e novas frentes de expansão
Outra tendência crescente é a exportação de tecnologias brasileiras, como o Pix Internacional. A fintech PagBrasil já fechou parcerias com instituições da Europa e da América do Sul para viabilizar pagamentos via Pix para turistas e estrangeiros. Empresas como Wipay (Europa), Bancard (Paraguai) e Plexo (Uruguai) integram esse novo ecossistema global.
A colaboração entre fintechs e grandes instituições financeiras também se intensifica. A PagBrasil, por exemplo, processa pagamentos em Pix para gigantes como Bradesco, Itaú e BTG Pactual dentro da plataforma de e-commerce Shopify, evidenciando o papel das fintechs como facilitadoras da inovação no setor bancário.
O futuro do setor financeiro
Especialistas apontam que a próxima fase da inovação financeira envolverá a personalização dos serviços com IA e a expansão do Open Finance, sistema que permite maior integração entre diferentes instituições. Para Uehara, essa tendência pode até extrapolar o setor:
“Pense em uma empresa do varejo se unindo a um grande banco. Ou um banco se tornando parceiro de uma empresa de energia que busca inovação. São contribuições que enriquecem ainda mais o potencial do setor.”
A inovação financeira no Brasil avança a passos largos, com tecnologia, colaboração e regulamentação impulsionando um ecossistema cada vez mais dinâmico e competitivo.
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