A rápida expansão do golpe do cartão trocado voltou ao centro do debate depois que um vídeo publicado no TikTok ultrapassou 600 mil visualizações e chamou atenção para a prática, cada vez mais comum em regiões com grande circulação de pessoas. O alerta ganhou força após o influenciador Lucas Hiroshi, de 25 anos, relatar que perdeu R$ 4 mil ao tentar comprar uma água de R$ 3 no bairro de Pinheiros, na zona Oeste de São Paulo, na noite do feriado da Proclamação da República (15/11/2025).

O jovem contou que utilizou um cartão múltiplo do Mercado Pago, sem nome impresso, condição que, segundo ele, ajudou o golpista a fazer a troca sem ser percebido. A operação começou quando o ambulante afirmou que o pagamento por aproximação estava com falha, insistiu para que o cartão fosse inserido e mostrou sucessivas mensagens de erro na maquininha. Diante da situação, Lucas optou por pagar via PIX. No intervalo entre as tentativas, o vendedor devolveu um cartão idêntico ao original, mas pertencente a outra pessoa.

O influenciador relatou ainda que o ambulante alertou sobre supostos furtos de celular na região, o que teria reduzido sua desconfiança naquele momento. Cerca de meia hora depois, Lucas recebeu no celular uma notificação para autorizar uma compra de R$ 900. Ele cancelou a operação e bloqueou o cartão imediatamente. Mesmo assim, ao consultar o extrato, encontrou dois saques de aproximadamente R$ 1.000 cada, além de outras transações indevidas.

Nos comentários do vídeo, diversos usuários afirmaram ter vivido episódios semelhantes, tanto em São Paulo quanto em outras capitais. As ocorrências costumam ser registradas em ambientes de grande movimento, como saídas de shows, eventos de rua e pontos turísticos.

A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) informou que o sistema brasileiro é um dos mais avançados do mundo e que investimentos em tecnologia ajudaram a reduzir as fraudes em quase 40% nos últimos três anos. Especialistas afirmam que, embora existam golpes que envolvem maquininhas adulteradas ou infectadas, o maior risco atualmente é a engenharia social, quando criminosos manipulam o comportamento da vítima para facilitar o crime.

Casos como o de Lucas se somam a relatos de outras práticas: visor quebrado que impede conferência do valor, cobranças indevidas por aproximação e maquininhas comprometidas por vírus como o Prilex, que bloqueiam o pagamento sem contato e capturam dados do cartão. Há também registros pontuais de equipamentos modificados com módulos Bluetooth capazes de interceptar informações digitadas, embora esse método seja incomum.

A recomendação de especialistas é evitar entregar o cartão ao vendedor, conferir o visor antes de digitar a senha, repetir a tentativa de aproximação em outra maquininha quando possível e, persistindo o erro, optar por PIX ou dinheiro. Ativar notificações e monitorar o extrato também são medidas consideradas essenciais.

Portal SBN | Com informações | Notícias ao Minuto Brasil