Gruta que perdoa pecados e nascente com água que 'cura' atraem milhares de fiéis a Iúna, no Sul do ES
Pedra do Pecado é bem estreita. De acordo com moradores da região, quem fica preso somente consegue sair na presença de um padreA pequena localidade de Água Santa, que fica em Iúna, no Sul do Espírito Santo, não tem esse nome à toa. Uma pedra que fica na região e uma nascente em meio à mata reúnem lendas populares e atraem milhares de pessoas movidas pela fé. Por lá, uma fenda entre duas formações rochosas se tornou ponto turístico. Dizem que, quem passa entre elas, se livra dos pecados.
Já a água límpida, que corre bem perto da pedra, é atribuída a uma graça alcançada após pedidos a Santa Luzia – considera pelos católicos como a protetora dos olhos. Por conta disso, o líquido também virou alvo de visitas. Pessoas vão atrás de cura ou apenas para conhecer e demonstrar fé.
O local ganhou o nome de Pedra do Pecado. Bem estreita, é preciso passar de lado. Dificilmente uma pessoa consegue passar no local andando normalmente. De acordo com moradores da região, quem fica preso somente consegue sair na presença de um padre.
História
A lenda conta que, em 1866, o frei Bento, que rezava no local, foi encontrado morto na fenda entre as rochas, onde ele costumava dormir. Surgiu assim a história que a fenda absorve os pecados.
Outro morador da região passou fácil pelo local. "Bom demais, muito bom passar aqui, sensação abençoada. Se agarrar tem que chamar o padre", brincou Flávio.
Poder da água
Os moradores contam que em 1899 uma seca castigou a região, mas não as águas da nascente - única que não secou. A população ia até o local buscar água e pedir o fim da estiagem. A chuva veio no dia 13 de dezembro, Dia de Santa Luzia. A graça, dizem os devotos, foi por intercessão da santa e o local virou ponto de peregrinação.
"Todo dia 13 do mês, às 7h da manhã, tem missa aqui no Santuário e o dia 13 de dezembro é o dia mais especial, que é o dia da festa. Nós temos relatos de pessoas que vêm do Brasil inteiro para pegar dessa água", contou João Lucas de Almeida.
João, que só tem 21 anos e é estudante, é um guardião do lugar. Ele faz questão de manter essa tradição da cidade de Iúna.
"Temos que repassar esta tradição à frente, não podemos deixar morrer, pois é muito especial, algo que vem com nossos pais e também a fé, que nos motiva a estar aqui", disse o morador.
Portal SBN