Google é acusado de “roubo” por associação de jornais dos EUA

A News/Media Alliance, entidade que representa mais de 200 veículos de comunicação dos Estados Unidos, classificou como “roubo” a nova ferramenta de busca do Google que utiliza inteligência artificial. O recurso, apresentado recentemente, funciona como um chatbot que busca informações em diversos sites e entrega um resumo consolidado ao usuário, prática que, segundo a associação, prejudica os produtores originais do conteúdo.
Para Danielle Coffey, presidente da News/Media Alliance, o Google “simplesmente pega o conteúdo à força e o utiliza sem dar nada em troca”. A entidade critica especialmente o fato de que os links para os sites originais ficam escondidos, reduzindo o tráfego e, consequentemente, a receita publicitária dos veículos. “Os links eram a última qualidade redentora das buscas que garantiam receita aos veículos de notícias”, afirma a associação, que pediu a intervenção do Departamento de Justiça dos EUA.
A funcionalidade, por enquanto restrita aos Estados Unidos, é destinada a responder perguntas complexas, com o Google prometendo oferecer um “relatório a nível de especialista” a partir da leitura e síntese de centenas de páginas. A empresa garante que o sistema inclui tabelas, imagens e referências, mas especialistas alertam para a possibilidade de os usuários deixarem de acessar diretamente os sites jornalísticos.
A mudança preocupa porque o Google vem alterando a maneira como as buscas são feitas: em vez de direcionar para links, quer entregar respostas prontas e personalizadas. O temor de entidades jornalísticas é que isso reduza ainda mais o tráfego para páginas de notícias, afetando financeiramente empresas que dependem da publicidade online.
Apesar das críticas, o Google aposta que a incorporação do chamado “Modo IA” tornará o acesso à informação mais eficiente e democratizado. A empresa busca se consolidar como referência global em inteligência artificial, utilizando sua base histórica de dados de usuários para se diferenciar de concorrentes como a OpenAI, criadora do ChatGPT.
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