A participação remota de Jair Bolsonaro nas manifestações de domingo (03/08/2025), em São Paulo, levou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, a decretar prisão domiciliar contra o ex-presidente. Segundo o ministro, Bolsonaro descumpriu medidas cautelares ao se envolver, mesmo à distância, em atos que buscavam pressionar o Judiciário.

Na decisão, Moraes destacou como prova a chamada de vídeo com o deputado Nikolas Ferreira, que transmitia ao vivo do protesto na Avenida Paulista. Para o ministro, Bolsonaro usou a interação para incentivar as manifestações e tentar coagir o STF, mesmo proibido de usar redes sociais ou se comunicar por meio de terceiros.

Além da ligação, o ministro citou postagens dos filhos de Bolsonaro como parte de uma ação coordenada para burlar as restrições. Em uma delas, Flávio Bolsonaro, publicou um vídeo do pai, com a tornozeleira eletrônica à mostra, falando a apoiadores em Copacabana. A publicação foi apagada logo depois. Já Carlos Bolsonaro  incentivou seguidores a seguir a conta do pai, ampliando o alcance da mensagem proibida.

Com a decisão, Bolsonaro passa a cumprir prisão domiciliar sem visitas, exceto de advogados ou pessoas autorizadas judicialmente. O uso de celulares está vetado, direta ou indiretamente. Moraes também advertiu que qualquer descumprimento poderá levar à prisão preventiva.

Bolsonaro se torna o quarto ex-presidente da República a ser preso desde a redemocratização, juntando-se a Fernando Collor, Lula e Michel Temer. Moraes encerrou a decisão afirmando: “A Justiça é cega, mas não é tola.”

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