Demissão de presidente da Caixa é vitória de ala política da campanha de Bolsonaro

Portal SBN
Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Demissão de presidente da Caixa é vitória de ala política da campanha de Bolsonaro

Caso é visto como 'desastre' na cúpula da campanha de Bolsonaro
Política - Eleições 2022

As denúncias de assédio sexual feitas por funcionárias da Caixa Econômica Federal contra o presidente do banco, Pedro Guimarães, levaram o núcleo político da campanha de Jair Bolsonaro a pressionar pela sua saída imediata do cargo.

Como informou o colunista Lauro Jardim, Guimarães deve deixar o cargo na manhã desta quarta-feira. A decisão foi tomada em uma reunião do executivo com Bolsonaro.

Os membros da cúpula da campanha, como o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, viram as denúncias como um desastre numa campanha em que um dos maiores desafios do presidente da República é reverter a altíssima rejeição do eleitorado feminino – que chega a 61% entre as mulheres, segundo a última pesquisa Datafolha. 

Para eles, Bolsonaro não pode passar nem mais um dia fazendo campanha eleitoral enquanto Guimarães estiver no cargo. Foi esse o recado que os aliados políticos do presidente deram a ele assim que as denúncias foram publicadas no site Metrópoles. 

Segundo ex-funcionárias da CEF relataram ao repórter Rodrigo Rangel, do site Metrópoles, o assédio de Guimarães ocorria em viagens e no dia a dia. Em vários casos, o presidente da Caixa partiu para a ação, agarrando, apalpando e  convidando funcionárias do banco para programas sexuais. O caso está sendo apurado em sigilo pelo Ministério Público Federal.

"Nós precisávamos que algum fato viesse para desviar a atenção do caso do MEC. Mas não era bem nisso que estávamos pensando", comentou um integrante da campanha bolsonarista. 

Guimarães era o único comandante de uma grande estatal que se mantinha no cargo desde o início do governo Bolsonaro.

"O assédio é moral também", relatou à coluna uma pessoa que trabalhou com Pedro Guimarães.

Segundo ela, a Ouvidoria e a Corregedoria do banco receberam acusações contra o presidente por conta do comportamento ao longo dos últimos meses. "E acabava na mão dele, do próprio presidente. Por isso que ninguém tinha segurança de denunciar", afirmou. 

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