Demissão de presidente da Caixa é vitória de ala política da campanha de Bolsonaro
Caso é visto como 'desastre' na cúpula da campanha de BolsonaroAs denúncias de assédio sexual feitas por funcionárias da Caixa Econômica Federal contra o presidente do banco, Pedro Guimarães, levaram o núcleo político da campanha de Jair Bolsonaro a pressionar pela sua saída imediata do cargo.
Como informou o colunista Lauro Jardim, Guimarães deve deixar o cargo na manhã desta quarta-feira. A decisão foi tomada em uma reunião do executivo com Bolsonaro.
Os membros da cúpula da campanha, como o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, viram as denúncias como um desastre numa campanha em que um dos maiores desafios do presidente da República é reverter a altíssima rejeição do eleitorado feminino – que chega a 61% entre as mulheres, segundo a última pesquisa Datafolha.
Para eles, Bolsonaro não pode passar nem mais um dia fazendo campanha eleitoral enquanto Guimarães estiver no cargo. Foi esse o recado que os aliados políticos do presidente deram a ele assim que as denúncias foram publicadas no site Metrópoles.
Segundo ex-funcionárias da CEF relataram ao repórter Rodrigo Rangel, do site Metrópoles, o assédio de Guimarães ocorria em viagens e no dia a dia. Em vários casos, o presidente da Caixa partiu para a ação, agarrando, apalpando e convidando funcionárias do banco para programas sexuais. O caso está sendo apurado em sigilo pelo Ministério Público Federal.
"Nós precisávamos que algum fato viesse para desviar a atenção do caso do MEC. Mas não era bem nisso que estávamos pensando", comentou um integrante da campanha bolsonarista.
Guimarães era o único comandante de uma grande estatal que se mantinha no cargo desde o início do governo Bolsonaro.
"O assédio é moral também", relatou à coluna uma pessoa que trabalhou com Pedro Guimarães.
Segundo ela, a Ouvidoria e a Corregedoria do banco receberam acusações contra o presidente por conta do comportamento ao longo dos últimos meses. "E acabava na mão dele, do próprio presidente. Por isso que ninguém tinha segurança de denunciar", afirmou.
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