Chile elege José Antonio Kast e marca virada à direita no país
José Antonio Kast foi eleito presidente do Chile no domingo, (16/11/2025), ao vencer o segundo turno com 58,30% dos votos, contra 41,70% da candidata de esquerda Jeannette Jara, com mais de 95% das urnas apuradas. O resultado marca a mais clara inflexão à direita no país desde o fim da ditadura militar, em 1990.
A vitória foi impulsionada pelo discurso de endurecimento contra a criminalidade e a imigração irregular, temas que dominaram a campanha. Ao reconhecer a derrota, Jara afirmou que “a democracia falou alto e claro” e disse ter desejado êxito ao adversário “para o bem do Chile”.
Kast, candidato do Partido Republicano, disputou a Presidência pela terceira vez. Derrotado em 2021 por Gabriel Boric, construiu sua trajetória com posições alinhadas à extrema direita, defendendo maior presença militar em áreas violentas, deportações de migrantes em situação irregular e controle rígido de fronteiras.
O resultado chileno se insere em um movimento regional de fortalecimento da direita, ao lado de governos como os de Javier Milei, na Argentina, Nayib Bukele, em El Salvador, e Daniel Noboa, no Equador. Em outubro, a eleição do centrista Rodrigo Paz encerrou quase 20 anos de governos socialistas na Bolívia.
Embora siga entre os países mais seguros da América Latina, o Chile registrou aumento recente da criminalidade violenta, associado à expansão do crime organizado e ao fluxo migratório, sobretudo pela fronteira norte. Dados oficiais indicam que a maioria dos imigrantes irregulares no país é de origem venezuelana.
Entre as propostas do presidente eleito está a criação de uma força policial inspirada no Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos (ICE), além de cortes significativos nos gastos públicos. Medidas mais sensíveis, como mudanças na legislação do aborto, devem enfrentar resistência em um Congresso dividido entre esquerda e direita.
Maior produtor mundial de cobre e relevante no mercado global de lítio, o Chile reagiu ao resultado com valorização do peso e alta da bolsa, diante da expectativa de políticas econômicas mais favoráveis ao mercado.
Portal SBN | Com informações | Agência Brasil

