Câncer de intestino: doença cada vez mais comum acende alerta em especialistas

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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Câncer de intestino: doença cada vez mais comum acende alerta em especialistas

Uma das medidas essências no combate ao câncer colorretal é a prevenção primária, que inclui medidas para diminuir o risco de desenvolver a doença
Saúde - Alerta

Muito tem se falado sobre câncer de intestino nos últimos dias pelo grande número de matérias relatando a incidência da doença. Mas o que sabemos exatamente sobre isso e quais cuidados devemos tomar para preveni-la? Também chamado de câncer de cólon e reto ou de câncer intestinal, o câncer colorretal é o que atinge as porções finais do intestino do paciente.

No Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a doença ocupa o segundo lugar em volume de incidência, excluindo o câncer de pele não melanoma, em homens e mulheres, ficando atrás apenas das neoplasias de próstata e mama, respectivamente. A entidade estima que ao longo de 2023 serão identificados 45.630 novos casos de tumores de intestino.

O principal tipo de tumor colorretal é o adenocarcinoma e, em 90% dos casos, ele se origina a partir de pólipos na região (lesões benignas que crescem na parede interna do intestino) que, se não identificados e tratados, podem sofrer alterações ao longo dos anos, podendo se tornar câncer.

Estar atento às mudanças no corpo e aos sintomas pode auxiliar na descoberta precoce da doença, que é curável. “Felizmente, o câncer colorretal possui altas chances de cura na grande maioria dos casos. No entanto, é muito importante que a doença seja diagnosticada o quanto antes através dos exames de rotina, aumentando o sucesso do tratamento”, é o que afirma a oncologista e colíder da especialidade de tumores gastrointestinais do Grupo Oncoclínicas, Renata D’Alpino.

“Após os 50 anos de idade, a chance de apresentar pólipos aumenta, ficando entre 18% e 36%. Por isso, essa fase da vida foi estabelecida como critério para início do rastreio ativo, já que, consequentemente, isso representa um aumento no risco de tumores malignos decorrentes da condição”, alerta a especialista.

Além da idade, a oncologista clínica Cintia Nascimento Givigi, da Oncoclínicas Espírito Santo listou alguns fatores de risco da doença. “Uma alimentação que é rica em gorduras e pobre em fibras, além do consumo constante de bebidas alcoólicas e cigarro podem levar a esse tipo de câncer. Algumas síndromes familiares genéticas, como síndrome de Lynch, podem causar uma predisposição precoce”, relatou a médica.

Quais os sinais iniciais desse tipo de câncer?

O câncer colorretal pode ser uma doença silenciosa e não causar sintomas imediatos. Mas, quando presentes, podem incluir:

  • Alteração nos hábitos intestinais, como diarreia, constipação ou estreitamento das fezes, que perdura por alguns dias;
  • Mesmo após a evacuação, não há sensação de alívio, parecendo que nem todo conteúdo fecal foi eliminado (sintoma especialmente sugestivo nos casos de câncer de reto);
  • Sangramento retal (o sangue costuma ser bem vermelho e brilhante);
  • Presença de sangue nas fezes, tornando a sua coloração marrom escuro ou preta;
  • Cólica ou dor abdominal;
  • Sensação de fadiga e fraqueza;
  • Perda de peso sem motivo aparente.

É importante ressaltar que muitos desses sintomas podem ser causados por outras condições que não sejam câncer colorretal, como infecção, hemorroida ou Síndrome do Intestino Irritável. Por isso a importância de, ao primeiro sinal de anormalidade, buscar por uma avaliação médica.

Diagnóstico

A detecção precoce pode ser feita por meio da investigação com exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da doença (diagnóstico precoce) ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas pertencentes a grupos com maior chance de ter a doença.

O rastreamento dos tumores de cólon e reto (colorretal) pode ser realizado por meio de dois exames principais: pesquisa de sangue oculto nas fezes e endoscopias (colonoscopia ou retossigmoidoscopias). A oncologista clínica Cintia Givigi destaca que colonoscopia é o exame principal para monitoramento e prevenção. “Após os 50 anos, recomendamos que a realização de colonoscopia anualmente, mas já há algumas novas diretrizes indicando iniciar com 45 anos. Em alguns casos, como na presença de pólipos de alto grau, a realização mais frequente a cada 1 a 2 anos. Em casos de sintomas, como constipação intestinal ou diarreia frequente, ela ser realizada antes dos 45, 50 anos”, orienta.

Prevenção

Uma das medidas essências no combate ao câncer colorretal é a prevenção primária, que inclui medidas para diminuir o risco de desenvolver a doença, tais como:

  • Adotar uma dieta rica em fibras, frutas, verduras e legumes;
  • Reduzir o consumo de carnes vermelhas e de gordura animal;
  • Praticar atividades físicas, já que o sedentarismo aumenta o risco de desenvolvimento da doença;
  • Manter um peso saudável (lembrando que a obesidade é um fator de risco para esse câncer);
  • Evitar o tabagismo e a ingestão de bebidas alcoólicas.

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