Após trocas na PM, Tarcísio diz que não tolerará indisciplina

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Quarta, 20 de outubro de 2021, 16:15:21

Após trocas na PM, Tarcísio diz que não tolerará indisciplina

Política - 'operação Verão'

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta sexta-feira (23/2) que não vai "tolerar excesso, desvio de conduta e indisciplina" por parte de membros da Polícia Militar do Estado.

A declaração aconteceu dois dias depois que o governo paulista anunciou a troca de comando em vários postos de comando da corporação.

"Fico triste as vezes quando a excelência da nossa Polícia Militar é atacada. Quando as pessoas não compreendem a dificuldade de lidar com o crime organizado, cada vez mais cruel e mais ousado. Mas há de se ressaltar: nós temos uma polícia excelente e profissional. Nós nunca vamos tolerar o excesso, o desvio de conduta e a indisciplina. É isso que faz a nossa instituição, uma instituição de excelência", afirmou.

"Nós temos uma Polícia Militar que está fazendo um trabalho duro, as vezes não compreendido, mas que vai trazer resultados para a sociedade. Não tenho dúvida”, disse o governador paulista.
 
Tarcísio participou nesta sexta (23/2) da solenidade de posse do Presidente do corpo diretivo do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo, no Centro da capital paulista.

Um ato do governador publicado no Diário Oficial na quarta-feira (21), movimentou, de uma só vez, 34 coronéis da Polícia Militar de São Paulo, entre eles integrantes do alto comando.

As substituições atingiram três postos estratégicos: o subcomando, o Centro de Inteligência e o comando do CPChoq, unidade a que a Rota está subordinada. Por isso, as mudanças não foram bem recebidas pelos coronéis.

A fala acontece também num momento em que a nova Operação Verão, na Baixada Santista, já matou mais de 31 suspeitos que, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), optaram pelo confronto com a polícia".
 
As novas mortes superam a da última Operação Escudo na região no ano passado, quando 28 pessoas morreram em confrontos com a Polícia Militar.

Em setembro do ano passado, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) reuniu ao menos 11 relatos de violações dos direitos humanos durante essa Operação Escudo na Baixada Santista.

Na ocasião, testemunhas relataram ao CNDH casos de execução, pessoas de outras regiões sendo levadas para serem mortas onde ocorria a operação, invasão de casas, omissão de socorro médico, ausência de câmeras ou identificação nas fardas, morte de moradores de rua, entre outros.

Trocas no comando da PM

As 34 substituições de Tarcísio na Polícia Militar atingiram três postos estratégicos: o subcomando, o Centro de Inteligência e o comando do CPChoq, unidade a que a Rota está subordinada. Por isso, as mudanças não foram bem recebidas pelos coronéis.

Militares ouvidos pela TV Globo consideram que o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, se "intromete constantemente" em decisões da PM que tendem a evitar confrontos e ações letais, o que provocou um desgaste na relação de Derrite com o comando da PM.

O secretário vinha estudando essas alterações há meses, de acordo com apuração da TV Globo, por entender que parte do comando da PM resistia às ordens dadas por ele. O objetivo é passar um recado de que, de agora em diante, a polícia deve cumprir as diretrizes da SSP.

Três pontos estão no centro das divergências entre os coronéis e o secretário, segundo apurou a TV Globo:

O que os militares consideram “constantes intromissões” de Derrite nas decisões da PM;

A contrariedade dos coronéis em relação ao antagonismo do secretário em relação às câmeras (os coronéis entendem que as câmeras são importantes para a lisura do policiamento);

Após trocas na PM, Tarcísio diz que não tolerará indisciplinaOs coronéis são contrários às operações no litoral nos moldes atuais. Entendem que é preciso dar uma resposta, mas a reação não pode causar tantas mortes.
 
O antigo subcomandante, coronel Freixo, homem de confiança do comandante-geral, era um defensor das câmeras corporais e se opôs, recentemente, à deflagração de mais uma fase da Operação Escudo, após a morte do PM da Rota na Baixada Santista. A operação foi rebatizada como "Operação Verão".

Já o novo chefe da Inteligência, coronel Pedro Luís, é homem de confiança de Derrite. O militar estava lotado na secretaria.
O novo comandante do CPChoq, coronel Racorte, é declaradamente contrário ao uso de câmeras corporais.

A troca de cargos abriu uma crise na PM. Grande parte dos coronéis substituídos não foi comunicada com antecedência, o que contraria a prática dentro da corporação. O mais delicado, contudo, é que muitos coronéis mais antigos ficaram subordinados a coronéis mais jovens, o que quebra a tradição dentro de instituições militares.

Além das movimentações, houve a promoção de três tenentes-coronéis para o posto de coronel.

Em nota, a SSP informou que "a atual gestão da Secretaria da Segurança Pública reconhece e valoriza o trabalho dos policiais paulistas e informa que desde o início do ano, uma série de promoções por mérito e movimentações de rotina foi efetivada junto às polícias Civil, Militar e Técnico-Científica do Estado. Tais medidas são planejadas e executadas a partir de critérios estritamente técnicos com o objetivo de aprimorar constantemente a atuação policial e reforçar a segurança de toda a população".
 

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